Confira como está a
exposição do poeta Paulo Leminski em São Paulo
O escritor curitibano Paulo
Leminski deixou um legado importante na literatura brasileira, que agora pode
ser acompanhado na mostra itinerante Múltiplo Leminski, em cartaz na Caixa Cultural, em São Paulo, até meados de maio. Com um acervo de mais de 1000
objetos originais do artista, podemos entender um pouco de sua história através
de fotos, poesias, livros, vídeos e pinturas.
A exposição, de estética
caprichada e conteúdo interessante, traz à tona a trajetória de um homem
multifacetado, que além de ser marcado como poeta, era também compositor,
músico, romancista, tradutor, publicitário, ensaísta e judoca. Curiosamente,
ele foi faixa-preta no judô e se comportava como um verdadeiro atleta: não
fumava, treinava muito e era zen. Uma parte na mostra do “samurai malandro”,
como ficou conhecido, é dedicada ao esporte, revelando sua paixão pelo mesmo.
A curadoria, de Alice Ruiz –
com quem foi casado por 20 anos -, Aurea e Estrela Ruiz Leminski, suas filhas,
foi fundamental para remontar o universo que cercava o artista. As três
guardaram uma surpresa das boas para São Paulo: o mobiliário da casa, agora
exposto. A escrivaninha onde ele produziu grande parte de suas obras durante 10
anos é uma das peças que são novidade e fica numa remontagem de seu escritório,
junto à máquina de escrever e aos livros da cultura greco-romana, que acabaram
influenciando seu livro “Metamorfose”.
Extremamente curioso e
interessado em linguagem, chegou a explorar ainda o campo das histórias em
quadrinhos, como roteirista, além de também imergir no universo do graffiti,
este presente na mostra com uma homenagem feita pelo artista Paulo Ito, que
pintou um grande mural para o xará.
Já o espaço infantojuvenil
apresenta referências dos livros infantis “Guerra dentro da gente” e “Lua no
cinema”, com espaço para ouvir as músicas do disco “Pirlimpimpim”, de Guilherme
Arantes, com letras de Leminski.
Leminski conquistou grandes
amigos, que duraram por toda a vida, como Augusto de Campos, Haroldo de Campos
e Décio Pignatari, presentes em fotos com o poeta e que acabaram por
influenciar suas obras. Na música, colaborou com Caetano Veloso, Itamar
Assumpção e Ney Matrogrosso, deixando algumas composições, que relevam ainda
mais o seu talento para a escrita.
“Se houver céu depois da
terra / E nessa estrela eterna primavera / Pudera, tomara que a vida quisera /
Que a gente se encontrara / Pra outra vida fica nosso amor mais louco / Fica
tudo muito mais bonito / Fica dita que faltou por pouco / Se houver céu / Se
houver céu / Como nessa vida não há / A gente se encontrou, bichinha / A gente
se encontrará”
A mostra, que já teve 330
mil visitantes, já passou por Curitiba, Foz do Iguaçu, Goiânia, Recife e
Salvador, seguindo para Fortaleza e Rio de Janeiro após passar por São Paulo.
Ainda na Caixa Cultural SP,
não deixe de conferir as mostras de Abelardo da Hora, artista plástico
pernambucano que deixou um legado incrível de esculturas e gravuras, e do
performer Ivald Granato, polêmico artista brasileiro. No dia 21 de abril,
haverá um pocket show com Estrela Leminski e Téo Ruiz, além de uma palestra do
poeta e tradutor curitibano Ivan Justen Santana sobre Leminski.
Múltiplo Leminski @ Caixa
Cultural São Paulo – até 03/05/15
Praça da Sé, 111, Centro
Horários: de terça-feira a
domingo, das 9h às 19h
Entrada franca.
Informações: www.caixacultural.com.br
Todas as fotos © Brunella
Nunes
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