Escritor amazonense publica
livro de poesias em Portugal
"Um bar fecha dentro da
gente", de Diego Moraes, será lançado neste domingo, dia 12 de abril, na
Galeria Zé dos Bois, em Lisboa
A literatura de Diego Moraes
atravessou o mar e ancorou nas terras de Camões: o novo livro do escritor
amazonense, a coletânea de poesias “Um bar fecha dentro da gente”, será
publicada pela editora portuguesa Douda Correria. O lançamento do título acontece
neste domingo, dia 12 de abril, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa.
A publicação é resultado de
um fortuito encontro literário ocorrido em novembro passado, nos domínios da
web. “O Nuno Moura, editor da Douda Correria, viu um texto meu na Internet e
solicitou amizade no facebook, convidando para publicação do livro em
Portugal”, conta o escritor, que atraiu a atenção do lusitano graças a um texto
seu publicado no tumblr 2 Mil Toques (http://2miltoques.tumblr.com).
“O escritor é um náufrago
pedindo socorro. O lance é seguir em frente colecionando catástrofes e
transformando em poesia”, dizia um trecho do texto.
Atendendo a pedido de Moura,
Moraes enviou 45 poemas para a coletânea, dentre textos inéditos e outros
publicados em conceituadas revistas literárias. Seu quarto livro a ser
publicado, “Um bar fecha dentro da gente” é também o mais lírico de sua
produção, diz o autor. “Falo muito de amor, perdas e cocaína. Os poemas saíram
naturalmente. Não escrevi pensando num tema. O título se encaixa perfeitamente
com a pegada dos versos”, assinala ele, que estreou na literatura com o livro
de contos “Saltos ornamentais no escuro” (2008).
EXPANDINDO O LIRISMO
“Um bar fecha dentro da
gente” na verdade não é a primeira incursão de Moraes no mercado editorial
além-mar. O amazonense – que também foi idealizador e criador da Flipobre,
primeiro encontro literário 100% virtual, realizado no ano passado – já figurou
por lá na antologia “70 poemas para Adorno”, lançada no mês passado no Festival
Literário da Madeira, reunindo textos de 70 autores lusófonos – entre eles o
também brasileiro Gregório Duvivier –, com prefácio do angolano Gonçalo M.
Tavares. Em breve, Moraes deve cruzar outra fronteira, a da Argentina: ele terá
um de seus textos traduzidos e publicados na nova antologia de contos da
Ediciones Outsider.
E a produção do amazonense
também se expande por aqui: seu próximo livro, “Eu já fui aquele cara que
comprava vinte fichas e falava ‘eu te amo’ no orelhão”, está prestes a sair
pela editora paulista Corsário-Satã. Será uma obra de poesia, mas sem se
restringir ao gênero. “Esse é um livro mesclado, na verdade. Tem muita
verborragia, frases e poemas em prosa”, antecipa ele.
POESIA, PROSA & CINEMA
Enquadrar-se em gêneros,
vale dizer, não é uma das preocupações de Moraes: seus textos costumam fundir
poesia e prosa, e não raro evocam até a linguagem do cinema. “Comecei como
prosador e virei poeta no meio do caminho. Escrevo prosa pensando em cinema.
Amigos falam que eu deveria virar cineasta, porque o que escrevo cairia muito
bem como filme”, afirma o escritor, que tinha “os filmes da ‘Sessão da Tarde’ e
os clássicos da ‘Sessão de gala’ e ‘Corujão’” como “amigos de infância”.
“Os diálogos e a fotografia
dos filmes povoavam minha cabeça”, diz ele, para quem escrever foi válvula de
escape: “O lirismo é um antídoto. O remédio para curar a ressaca desse mundo
brutal”.
Dessa forma, colecionando
catástrofes e transformando em poesia, Moraes segue levando sua literatura a
territórios cada vez mais distantes – ou, quem sabe, sendo levado por ela: “A
poesia caminha com as próprias pernas. Estou trabalhando para a expandir meu
lirismo para o mundo. É gratificante ver minha literatura atravessando o
Atlântico e abraçando o Velho Mundo”.
Livro de poesias do
amazonense Diego Moraes será lançado pela editora portuguesa Douda Correria
(Reprodução)
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