Palavras e Imagens
Essa é a pergunta que não se
cala, durante todo o filme “Palavras e Imagens”. O professor de literatura
avançada, Jack Marcus, Clive Owen, é um insistente propagador do ensino de uma
mente que se deva ser pensante, atuante; com as próprias forças, com as próprias
criações; com sua própria arte; sua própria habilidade de elaborar-se. Já a
professora de arte avançada, Dina Delsanto, Juliette Binoche, encara suas aulas
da maneira mais objetiva e concisa possível, indagando seus alunos a
desafiarem-se. A não se satisfazerem com o que têm, mas sim, sempre buscarem
algo mais que preencha suas pinturas em autenticidade. Em meio a brincadeiras e
desencontros, os dois professores acabam por duelarem entre si sobre o que tem
mais poder de expressão, interação, reflexão: as palavras ou as imagens? O
professor diz que o grande clichê “uma imagem vale mais que mil palavras”, é
ultrapassado e inválido. Pois com algumas sílabas pode-se retratar a mais
detalhista das paisagens, cenas, filmes em nossa imaginação. Além de serem
elas, as palavras, desbravadoras de homens, zeladoras da paz, de movimento, de
evolução, revolução. A professora diz que o ser humano poderia ser compreensivo
de si mesmo, compartilhando e relacionando-se entre si mutuamente, apenas com
palavras, gestos. Entretanto, em seu mais íntimo interior, revela os detalhes
de sua alma, através de imagens, de pinturas, de deslumbres próprios, figuras
próprias. Algo que, não seria possível se dizer em palavras. Não seria possível
se fazer entender com próprios dizeres. Portanto, acontece uma guerra travada
entre o sim e o não. Entre ataque e rebatida. Quem sai ganhando nesse embate
são os alunos e a própria relação de aluno/professor, professor/aluno. Seres
humanos, despindo-se do seu eu, para confrontarem a si mesmos em busca de um
consenso, independentemente de suas crenças.
Vemos em “Palavras e
Imagens”, que sem palavras não podemos viver, interagir, comunicar-se,
evidenciar-se. Sem imagens, não podemos dizer aquilo que sentimos e que é só
nosso: as agonias, os medos, as angústias, as adrenalinas. Elas podem se
resumir em pinceladas de tintas, ou até mesmo completar um pensamento alheio. O
que realmente vemos, é que uma coisa complementa a outra. Com palavras focamos
os relacionamentos abraçados pelo verbo “amar”, com imagens miramos a
universalidade de olhares através do verbo “sentir”. A interpretação; ou seja,
uma palavra resume um quadro. Um quadro resume um livro.
Quer sejamos extrovertidos,
quer sejamos introvertidos, sempre haveremos de nos comunicar com os ventos ou
com o céu, de maneira que nos venha a recíproca. O entendimento daquilo que
necessitamos.
Por trás do ser humano,
sempre haverá algo a se dizer, a se carregar em mochilas de atratividade.
Sempre haveremos de demonstrar aquilo que sentimos, que queremos. Seja com
sílabas, seja com o colorir dos lápis. Seja com o desafio, a paz, a
movimentação de um discurso, seja com o bailar das gotas de tintas
expandindo-se e elevando-se aos anseios da alma.
Assista ao trailer do filme:
Alex
Cardoso Vieira -Gaúcho de Caxias do Sul,
Alex é estudante de Produção Multimídia pela Ftec. Iniciou seu gosto pela
escrita ainda na infância, antes mesmo de desenvolver o hábito e a paixão pela
leitura. Atualmente, atua junto com sua família em uma vídeo locadora em sua
cidade. É baterista da banda de rock alternativo Lavince e administra o blog
cultural sobre bandas e autores independentes, Albergue Underground.
alexcardosov1@gmail.com
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