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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
Quarup, o ritual fúnebre dos yawalapitis no Xingu, em imagens
Quando um cacique morre na reserva indígena do Xingu, seu povo se despede com um ritual que inclui banquete, danças, corpos pintados e lutas.
________________________________________Filho enlutado
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
A morte do cacique Aritana, do povo Yawalapiti, em 2020, deixou as comunidades do Xingu sem um líder forte e negociador capaz de uni-las contra os crescentes desafios. "Já não estamos unidos. No Xingu, não resta ninguém que possa coordenar todos os chefes", disse Tapi Yawalapiti, filho e provável sucessor de Aritana, ao repórter da agência de notícias Reuters que teve acesso exclusivo ao ritual fúnebre.
Dança para o grande cacique
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Foto: REUTERS |
O garotinho Mabitchuri participa do ritual de luto dos adultos. A morte do chefe Aritana Yawalapiti, vitimado pela covid-19 em agosto de 2020, abalou o povo indígena no Parque Nacional do Xingu. Mais de mil membros de diferentes tribos se reuniram em setembro de 2021 para o ritual Quarup, que homenageia os mortos.
Troncos para os mortos
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
Os espíritos dos mortos são homenageados com troncos de árvores pintados, colocados no centro da aldeia circular. O líder tribal falecido foi um dos 12 membros da comunidade que morreram de covid-19. Nesse ínterim, na época, todos foram adultos estão vacinados contra o novo coronavírus.
Luta em sinal de respeito
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
O ritual fúnebre atinge seu clímax com uma competição de luta-livre entre os homens das nove tribos. Antes do ritual das lutas, que servem para honrar o falecido e não para determinar seu sucessor, eles fazem um tipo de dança de guerra no centro da aldeia.
Vermelho, cor da vida e da morte
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
Para as lutas, os yawalapiti pintam o corpo com corante preto, feito dos frutos do jenipapo. O corante vermelho brilhante vem das sementes de urucum, processadas em pasta.
Peixe e mandioca
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Parte do ritual para homenagear os mortos, que dura vários dias, é uma festa comunitária: o peixe pescado no rio é assado sobre uma grande fogueira e comido junto com um bolo de mandioca preparado pelas mulheres da aldeia.
Ritual e protesto
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
Uma mistura de ritual e protesto político: a pintura facial de um menino que participa do Quarup faz lembrar o arqui-inimigo do Batman, o Coringa. Em seu peito, uma mensagem política: "Fora Bolsonaro".
Diversidade ameaçada
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Numerosos povos vivem na Reserva Indígena do Xingu. O parque fica no nordeste do Mato Grosso, nas margens superiores do rio Xingu. Ele foi criado em 1961 para proteger os povos indígenas que ali viviam. Todos estão unidos contra as ameaças da mudança climática e temiam o apoio do então presidente, Jair Bolsonaro, ao agronegócio brasileiro.
Alimento ameaçado
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
Como importante fonte de proteína, o peixe é um alimento indispensável para os povos do Xingu. Mas os peixes estão se tornando cada vez mais raros porque os produtores de soja nas cabeceiras do rio pulverizam seus campos e as margens com pesticidas, adverte a antropóloga Claudia Franco. Além disso, a irrigação dos campos provoca a baixa dos rios.
Fumaça contra pesticidas
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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS |
Mapulu, uma mulher da tribo, fuma cachimbo. A fumaça é destinada a expulsar os pesticidas do rio. A crescente destruição do habitat natural dos povos do Xingu deve ser detida, exige Tapi Yawalapiti, filho do cacique falecido.
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(com informações da DW)
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