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Roselis Batistar - [Poeta Brasileira]

Brasileira, residente atualmente na França, morou no México e na Rússia . Linguista de formação, traduz do espanhol, francês, russo e raramente do inglês . Professora e pesquisadora em universidade ( Reims). Publica poesias em edições bilingues: portugues/espanhol. Dá aulas de cinema e de literatura contemporânea sobretudo, de língua portuguesa quanto espanhola, se do continente latino americano.
“Como un ninno adormeció."


Ni pidió al angel una botica de remedios
Pues en sus piel había aceite
Y en sus pies había plumas
Qie eligieron el lecho azul
Donde su cuerpo renació.

México, 20-04-2010

TEU NOME CORPOREO


E verde a borda do teu nome,

Azulado o centro de gravidade do teu apelido

E drasticamente poroso o meio amarronzado de tuas pisadas.

Es um dinossauro herbivoro

E um felino no olfato.



Nao ha em teu prato nenhum osso

Nem ousas molhar tua lingua

Nas cataratas dos olhos pardos.



Devaneei teu nome:

Sai correndo pra fora daquele sonho,

Vi teu vulto que se assomava

E sorrateiramente se instalava

Em uma caixinha de musica.



Nao és fera, és mosqueteiro

No pictograma falso de um homem

Na velar sonora e atrevida

De um nome ambiguo em seu yod inicial!

Mas nao faz mal!

Volta às bordas verdes deste bandolim,

Ao azul centrado de uma nova sina.

Da a volta na esquina de um ideograma

Para criar o ouropel dos nossos nomes.

(Agosto 2009)


A CANETA DE MEU PAI
(Ao jornalista Oduvaldo O.Batista, in memoriam)

A caneta foi tua,

Brilhosa perpendicularidade de tuas ideias

De teus escritos.

ComO um mito ficou,

Simbolo metalico e fino

Da finesse do teu estilo.



A caneta ficou

No fundo de uma gaveta bagunçada

Aguardando a identidade olvidada

Pela indiferença de tuas galinhas de arribaçao

Aterrizando indiferentes

Diariamente

Para pinicar o milho esmagado do fuba.



A PLUMA QUE VIAJOU A CUBA

TEM ANSIAS POR SAIR

DO ANONIMATO LUGUBRE DAS CATACUMBAS

ABERTAS EM SEU PROPRIO LAR,

O LAR DE UM DEUS SOLAR...



A CANETA QUE FOI TUA EM TUA LAPELA

REMOÇA SOB UM POLEGAR

RENASCE ENFIM PARA O AMOR DAS VESTES

-TUAS CRIAÇOES EM RETOS DE PROTESTO;



A CANETA ERA O TEU CRAVO

UMA ESPÉCIE DE CAPELA

PRONTA SEMPRE AO ATENDIMENTO

DAS DONZELAS JA MADURAS

OU DAS MAIS VERDES DEIDADES;



CAVALHEIRO COMO UM DUQUE

PREENCHESTE O AR DAS FOLHAS

DO PAPEL DE JORNAL VELHO

CREPITANDO DOZE SINAIS.

NAO HA “AI” NA PENA BELA

DOUTO ESCUDO COLETIVO;

RESSUSCITANDO, PAI, ESTAS

NUM MASTRO DE CARAVELA

COMO O MARINHEIRO QUE FOSTE

ALHEIO A QUALQUER COBIÇA

ARTILHEIRO CERTEIRO NO ALVO

DE TODAS AS INJUSTIÇAS!



ESTAS VIVO, ODUVALDO, EM PAPÉIS NOVOS

TEUS DIZERES EM MEUS ESCRITOS

TUA VOZ EM NOSSOS USOS

QUANDO APONTAVAS O ABUSO DOS SUINOS,

QUANDO DENUNCIAVAS A LASCIVIA DOS URUBUS!!!



ENCONTREI TEU LAPIS

TUA LUZ

TEU CRAVO RUBRO

TUA ARMA DE CANHAO DENUNCIADOR;

ESTAS VIVO COMO O SOL DO ANOITECER

NESTE RAIO QUE CONFIGURA TUA PALAVRA

NESTE TORPEDO QUE É A VIA INESGOTAVEL

DE UM GUERREIRO LUTADOR

 (JUNHO 2009-10-06)

 
POEMAS DO REGRESSO E DO RENASCIMENTO


-Cores de Guerra e de Paz-


Nao havia cinza no caleidoscopio

Nem cor de opio.

So ónix, so carvao, so hematita

-esta negra pedra nordestina-

E na busca das cores rubras da trincheira

A guerreira sai para o vale ensolarado

Celebrando o rubi que jaz cansado

E que descansa às margens

Entre os seixos brancos do riacho!



Nova vida se anuncia

No caleidoscopio da magia

Na pausa aos estilhaços de corais

Que mesmo aquaticos

Queimavam mais

que qualquer napalm.



Cede o silvo daquele odio

Ao sorriso de um roseiral espreguiçado

Pelos sigilos que o acabrunhavam tanto!

E o arco-iris que da a paz do pranto

Que reluz com o fulgente raio

Com o fulgor da vida

Na paisagem rejuvenescida de qualquer começo.

(México, 3-04-2010)


SENCILLEZ II


Sí , estoy preocupada como hada retrazada

Sin su varilla anacarada y mágica

Al pendiente de mis seres tan pequeños

Quedos pajarillos sin las migajas de mis brazos.



No tengo tiempo para tí ni para el alma

Te dejo la hoja, el cuaderno , la acuarela

Esperando alcanzar la vitrina en el salón de tus libélulas

Para ver allí el oasis refrescante de mis tardes.

Roselis Batistar
Todos os Direitos Autorais Reservados a Autora.

Um comentário

Campato disse...

Cara Professora Roselis:

Valho-me de um chavão machista ("o que é bonito é para se [sic] mostrar"), a fim de dizer-lhe o seguinte: "o discurso bem elaborado é para mostrar". Acredito, com todas as minhas forças, nisso: o discurso bem construído orienta, sinaliza o Norte aos desavisados de tudo, àqueles que, tomando o rumo certo, jamais cessarão de seguir em frente.

João Adalberto Campato Jr.