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Alexandre Brito [Poeta Brasileiro]

Autobiografia: Sou músico, poeta e editor. Para crianças, publiquei Circo mágico (2007) Museu desmiolado (20110, os dois pela editora Projeto. Dirigidos ao público adulto, lancei ainda Alexandre Brito - Coleção Instante Estante (2011 - Castelinho Edições), Metalíngua (2010 - Éblis), O fundo do ar e outros poemas (2005 - AMEOP - ameopoema editora), Zeros (1991 - Coleção Petit Poa) e Visagens (1986 - Arte Pau Brasil). Faço parte da banda Os poETs, que lançou os CDs Música legal com letra bacana e os poETs. Editei a Coleção Petit Poa e sou um dos editores da AMEOP, com Ricardo Silvestrin, e da Castelinho Edições, com Sandra Santos.

Fotografia ‐ a arte do olhar
 
A fotografia é uma arte que sempre me interessou. Fotos que contam a história da gente, a história dos outros, das cidades, do antigamente. E tem aquelas que não contam a história de nada nem ninguém, mostram algo de um jeito super: uma árvore, um bicho, uma flor, ou os detalhes de uma janela, uma porta, uma pedra. Sempre gostei dessa coisa de ver as coisas através de outras coisas: de um espelho, de uma bolinha de gude, de uma máquina fotográfica.

Os índios não gostavam de fotografia. Imaginavam que aquela máquina estranha poderia de alguma maneira roubar o espírito deles. Hoje não pensem mais assim.

Aprendi com a fotografia que tudo é um jeito de ver. Alguma coisa está ali, bem debaixo do nosso nariz, sem que ninguém dê valor. Aí vem o fotógrafo e clic... mostra pra gente que ela é única, espetacular, maravilhosa.

Dizem que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Não sei se concordo com isso, porque para
compreender algo precisamos das palavras, mas de uma coisa eu sei: pode transmitir uma ideia, denunciar uma injustiça, ou, até mesmo, destruir uma guerra.

O clic da palavra
 
Como eu não sei apreender as coisas como um fotógrafo o faz, minha arte é outra, a da palavra, como uma espécie de homenagem a estes profissionais do clic, escrevi este poema para o meu livro ainda inédito “Isso com isso + ½ quilo daquilo”, meu próximo livro para crianças:

O OLHO E O DEDO

o olhar do fotógrafo
e seu dedo
exercem uma magia exemplar

congelam o tempo
agarram o momento
impedem que o instante que se vá

a topada repentina
a risada da menina
a cadeira de balanço
as panelas no fogão

a lembrança da casa antiga
a namorada nunca esquecida
o pescoço comprido do ganso
a fogueira queimando no chão

a máquina fotográfica
guarda tudo que clica
não deixa nada escapar

só o fotógrafo
teima em ficar sempre
do lado de cá

mas às vezes, sem perceber
ele para diante do espelho
e se deixa fotografar

é...

o olhar do fotógrafo
e seu dedo
têm muita coisa pra clicar

Alexandre Brito
Todos os direitos autorais reservados ao autor.


2 comentários

sandra Santos disse...

só faltou um poema do Museu Desmiolado: viagem surrealista para nós adultos voltarmos a ser crianças...

Anônimo disse...

Minha professora ja conto o poema o museu desmiolado