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Gil Façanha [Poeta Brasileira] - Alguns Poemas




Pensando em mim

Fortaleza do teu momento seria eu,
A sustentar teu peso em alma, viveria.
Se aquilo que ofertei ainda fosse teu...
Minha dor seria a tua, como fora um dia.

Mas teus passos imperfeitos, sempre errantes,
O egoísmo em teu pensar, minha agonia.
Trouxe guerra a nossa paz que era gritante,
Desfez os versos dessa nossa poesia.

Te vejo ao longe e pergunto se é pecado,
Pensar em mim e te esquecer somente agora.
É inimigo quem já foi meu aliado,
Só me restou bandeira branca, ir embora.

Estou ao longe e peço a Deus, nosso senhor,
Que teu sorriso brilhe um dia como outrora,
Refutarei o teu pedido, teu clamor,
Irei buscar um novo sol em outra aurora.



Por um momento que seja

Entrego-me ao aconchego do calor em teu peito,
E antecipo o sabor amargo da precoce despedida.
O vento lá fora sacode a janela, de um jeito...
Como quem ameaça devastar nossa vida.

Nesse instante desejado, insano e perfeito,
Não cabe culpa ou temor em sofrer.
Teu carinho semeia um sorriso em meu peito,
E dou o nome de vida, ao que se faz florescer.

Amarguei a saudade de um amor tão estranho,
Não sabia o nome ou que rosto teria.
Minha alma aguardava com anseio tamanho,
Que sem te conhecer, já te pertencia.

Somos a pura paixão ardendo em febre terçã,
Mas esse vento lá fora me assusta, não nego.
Sem esperar que o sol venha nascer amanhã...
Anoiteço em teus braços, e por completo me entrego.



Teu tempo passou

Tão etéreo era nosso amor,
Que era quimera se pensar em um final.
Tua dúvida invadiu-me com furor,
Arremessando-me  em um abismo abissal.

Cada certeza que habitava minha mente,
Foi-se nas lágrimas do meu olhar cor de carmim.
Você me ensinou tão de repente,
Que toda história tem começo, meio e fim.

Entre dúvidas e certezas que eram tuas,
Fiquei aqui reescrevendo meu destino.
Após  verdades proferidas sob a lua,
Você partiu e me deixou em desatino.

Reconstruí teu estrago absurdo,
E agora voltas renegando o erro passado.
Meu coração calejado, e agora mudo,
Já superou teu engano tão lembrado.

Sobrevivi ao golpe frio... Tão você.
Agora pede meu perdão, e eu lamento.
Te perdoei ao conseguir te esquecer,
E não te tenho aqui no peito há muito tempo.



Meias verdades não bastam

Estou farta da imensidão desse céu de dúvidas. Tomada pelo temor das meias verdades, até as completas mentiras, satisfazem mais minha perturbadora procura por algo que pareça valer a pena.

O constrangedor olhar do medo, que reflete em meu espelho e encara minha alma nua, desafia aquela suposta sabedoria emocional, que ingenuamente acreditei adquirir nos caminhos trilhados e onde tantas vezes me perdi.

Não sei se anjos ou demônios falaram aos meus ouvidos, quando levianamente, me pediu para acreditar em ti. Já não distingo a quem pertence a aparente insensatez, que há segundos atrás, em voz melodiosa, cegava minhas certezas com desejos superficiais. Mas sei que nunca estive só. Em toda minha angustia, eles estiveram ao meu lado: Deus e o diabo.  E nessa luta incessante pela conquista da minha alma, já não sei quem foi vencido ou vencedor, mas me confunde desejar a luz, enquanto tua escuridão me atrai.

Os subterfúgios e a covardia me enojam e destroem possibilidades. Não creio em todo aquele amor, pois ao vê-lo pela metade, destruiu o todo que habitava em mim.  Para mim não há meia emoção, não há como  viver meia vida, e ao te ver em desespero por estares enredado no novelo das tuas versões inventadas, e preso à tua própria teia, hoje, parto entre lamentos, mas deixo contigo minha maior certeza: A de que para amar-me, meias verdades não bastam.
Minta-me,
Mas faça dessa mentira tua verdade mais pura.
Ou denuncie feito fogo em álcool,
Todos os teus mais inaceitáveis fatos.
Condena-me de uma só vez,
À tormenta de precisar perdoar teus instintivos atos.


O tempo cura

Desvinculei minha alma da tua.
Libertei meu coração das lembranças,
Desabriguei-me dos desejos proibidos,
Dos riscos apenas por mim, vividos.

Acabou-se o vício.... o viço...
Aquele prazer em te pertencer.
Procurei por dentro, aquele desejo insano,
Aquele querer  sem tamanho,
A antiga necessidade de você.

E abrindo o peito com minhas próprias mãos,
Para ter certeza da falta daquela antiga emoção,
Dei-me conta de um imenso vazio.
Foi então que nesse instante,
Percebi com alegria, que a falta do teu calor,
Já não me causa aquele frio.

Gil Façanha
Todos os direitos autorais reservados a autora.

2 comentários

Gil Façanha disse...

Muito obrigada, Daufen Bach!! Feliz demais em estar mais uma vez participando da Revista Biografia, um espaço usado para divulgar talentos nacionais e internacionais. Para mim é uma honra fazer parte desse projeto. Receba meu sincero abraço de agradecimento.

Mirian Marclay disse...

Parabéns nobre poetisa Gil Façanha!!! Um beijo em teu coração!!!