Daniel
Marques Moreira - Natural de Caçapava do Sul/RS, reside em Pelotas/RS desde 1996. Em 2009 publicou
seu primeiro livro de poesias chamado "Poemas Urbanos".
Foi coordenador por onze
edições do Projeto Sarau Poético Musical da Bibliotheca Pública Pelotense.
Faz
parte do núcleo Poesia no Bar, projeto que distribui poemas de autores locais e
regionais em marca-textos pelos bares de Pelotas.
Mantém o blog poemas-urbanos.blogspot.com onde posta com
frequência seus escritos mais recentes.
Escreveu
seu primeiro poema no dia 22 de outubro de 2008. E vê-lo publicado no Jornal
Zero Hora – na coluna Almanaque Gaúcho, dirigida por Olyr Zavaschi –, foi algo
marcante. Isso o estimulou a escrever mais e reunir seus textos neste Poemas
urbanos.
Poemas Urbanos
Editora Alcance
Gênero:
Poesia
Palavras
do Editor:
Daniel
Moreira chega aos 30 anos e ao seu primeiro livro – dois eventos importantes na
vida de um homem. A árvore, por certo, já plantou várias. Por isso, em seu
percurso humano, conquista muitas décadas a percorrer e brilhar.
Sua
emoção incursiona pelo clássico, confessando no soneto a angústia pela amada
ausente. No verso livre, também brilha: “Todas as noites a solidão serve meu
cálice” e faz dos momentos noturnos e de todas as estações do dia sua
peregrinação, buscando amor e luz: “Saí por aí a vagar sem rumo, / Icei a vela
e deixei o vento me levar. / Depois de tudo aconteceu, / Fiquei sem chão, perdi
o norte.”
A cidade,
sobretudo, é o universo onde o poeta canta e decanta seu sofrer e seu êxtase,
com toda sua urbanidade de conquistas e de perdas:
Esparramo-me
pelas ruas da cidade,
Em meio a
flores e espinhos.
Vou além
de minha própria vontade…
Sua
Pelotas de cotidiano e Caçapava de nascimento amalgamam-se aos textos, às
sensações acesas.
Em Poemas
urbanos temos numa alma cheia de vida e ímpetos, a qual se expõe e se joga de
cabeça no mundo, nas horas, na literatura. Com talento. E isso é dizer tudo.
(Rossyr Berny – Editor)
Para adquirir este livro entrar em contato com
autor pelo e-mail:
danielmm_db@hotmail.com
Algumas poesias de Daniel Moreira
Fração
Deitado no escuro do quarto
Com o céu inteiro
Meia lua cheia
E um velho terço de cabeceira
Eu vejo
Que o lençol agora te afaga
E teus sonhos
São lembranças vagas
Do teu corpo
Coberto de beijos
(In)certo
Nenhum argumento
Pra me convencer
Quanto tempo lento
Sem te escrever
Passou
Melhor talvez seja procurar
Outro motivo pra existir
Antes de se entregar
Mudar ou partir
Assim
Mas não quero ter certezas
Nem tentar
Saber o quanto de tristeza
Cabe em meu olhar.
Ouro de tolo
De que adianta
Viver preso às memórias tantas
Deixando o presente de lado
Por conta de um passado forjado
E doce
De que vale o futuro
Sustentado em pilares com tons escuros
Baseado em hipóteses projetadas
Enquanto o hoje sofre de nada
E sonhos
O bom mesmo é viver o agora
Liberto do tempo e das horas
Aproveitando tudo e cada momento
Sem nenhum tipo de comprometimento
Tolo.
Aparência(s)
Parecia
doce
Mas o amargo
trago
Trouxe
A embriaguês
de não saber
Figurada
Em tantos
motes
Deturpando a
vida
Pra que a
morte
Pudesse
talvez prevalecer
Parecia não
entender
Que o fim de
tudo
Era questão
apenas de perceber
Esse monte
de nada que restou.
Tudo poesia
Atravessou
a rua
Com seu
vestido
Esvoaçante
Delineando
o seu corpo
Intensamente
Com os
pés descalços
Naquela
tarde fria
Perdi o
rumo
Que já
não me pertencia
Contando
Os seus
passos
Vislumbrando
Suas
formas
Torcendo
que a brisa
Virasse
ventania
No final
das contas
Era tudo
poesia!
Opostos a
postos
Um minuto
para o dilúvio
Raios e
trovões em êxtase
O vento e
o inevitável
Balançam
as cortinas do absurdo
Silêncio
mudo
Realidades
opostas
Sobre
cama que queima
Sonham
dois corpos que bailam
Sem
ensaiar seu jogo de cena
Nenhum
problema
Corações
pulsantes
De duas
almas errantes
Que não
temem represália
Nem mesmo
o esquecimento
Que chega
depois do próximo instante.
A volta
Quando tu
voltares
Se é que
vais voltar...
Por favor
Esqueça
aquelas palavras trêmulas
Que
escrevi pra tentar entender
E não te
dei
Naquele
surrado guardanapo de papel
Bem como
os dias de sol
E de
solidão
Que foram
se acumulando sobre os ombros
E que
depois pendurados em paredes tênues
Por
incertezas vivas
Aos
poucos deixaram de me pertencer
Por conta
desse outro alguém
Quando tu
voltares
Não
penses que vais me encontrar
Com o
mesmo sorriso estancado na cara
Saibas
que por conta de tudo
E de
todos
Eu também
deixei de ser.
Meu
filhote
No dia
que ele nasceu
E o
peguei pela primeira vez nos braços
Descobri,
depois, que quem nascia naquele momento era eu
A partir
do instante do primeiro abraço
Lembro do
primeiro som da sua voz, do seu primeiro passinho
Nunca
esqueço seu sorriso
Carrego
sempre comigo, pois preciso
Do seu
amor e do seu carinho
Me sinto
ídolo e fã ao mesmo tempo
Meu bebê
está crescendo
Sabe ler,
já arrisca um espanhol e até um inglês
Quando
esta lendo
É um guri
muito especial
Inteligente,
bonito, carinhoso e educado
Tem bom
gosto pra música em estilos variados
Adora
dinossauros, jogar vídeo game e futebol
Esse
menino que, ás vezes, age como homem
Será para
sempre o meu bebezinho
Seria um
Homem Aranha, Ben10 ou Super Homem
Se a vida
fosse uma história em quadrinhos
Queria
muito que ele soubesse
A
importância que tem na minha vida
Que é
gigantesca, do tamanho do universo
Infinita.
Como amo
esse cara!
*poema
publicado no livro "Poemas Urbanos", Editora Alcance, pág. 89
Daniel Moreira
Todos os direitos autorais reservados ao autor
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