Há
lágrimas! Eu as sinto! Mas não consigo vê-las. Escondo por dentro essa dor
envergonhada, pelas mais incertas razões de ser. Estou atormentada por essa
busca de, sei lá o que! Meu peito está repleto de explicações que não se
firmam, não me convencem, me torturam, me transformam em trapo, e me deixam ao
chão. Não há um motivo seguro, uma escolha confiável... Apenas medo e dúvidas a
minha frente. Temo que a solidão venha morar ao meu lado, embora eu também me
questione se já não estou só, se há algo que me prenda nessa multidão de um ser
apenas, ou se sempre estive solitária, intimamente ligada a esse vazio que me
atormenta e que mora em mim! Há pouco tempo abri caminho na floresta das
intensas e confusas emoções que me rodeiam, e me (des) norteiam em direções a
onde me acho, e me perco e me desvendo na frustrante revelação de que nem de
mim, nada sei. Nesse mesmo percurso, descobri uma natureza densa, mata fechada,
estradas desconhecidas que me olhavam com um ar desafiador, com um sorriso
cínico, na única intenção de mais uma vez, jogar em minhas mãos a complexa
escolha de partir nessa busca pelo novo, ou me manter segura nessa confortável
vereda já tão conhecida.
Ainda
não sei se o vazio que sinto, é causado pela atração em abrir uma clareira em
meio a essa loucura toda, ainda que seja pra descobrir rochas sob meus pés, ou
apenas por que não quero sucumbir a essa certeza que reluto em admitir, de que
sou prisioneira de mim mesma. Ainda que o solo não seja fértil, e esterilize um
momento meu... Ainda assim, fico aqui, a questionar o simples valor da busca. As vezes me
pergunto por que essas lágrimas queimam! Não tem gosto de mar... Não parecem
com água, não parecem com nada! Alguém me disse que aquilo que chamo de
lágrimas são as cicatrizes da covardia. Quem sabe!... Não sei se procede a essa
teoria, só sei que choro... Com olhos secos, choro... Eu choro a covardia, então.
Gil Façanha-Sou
mais do que se pode ver e escrevo pra que as emoções não transbordem de
minha alma e se percam nos canteiros da memória. Falo de dores e
amores, pra que nada tenha a chance de tornar-se algum tormento. Exponho
meus lamentos, grito minha saudade e tantos outros sentir. Falo bem dos
sentimentos, mas nunca aprendi a falar muito bem sobre mim mesma. Mas
eu não sou uma pessoa difícil de definir... Apenas não consto em nenhum
dicionário.
Todos os direitos autorais reservados a autora.
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