A RUÍNA DA BIBLIOTECA NACIONAL
Acabo de ler artigo de Elio Gaspari, publicado na Folha de São Paulo e no Globo, sobre a nossa Biblioteca Nacional. Nele, o autor denuncia o abandono daquela que é considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, é também a maior biblioteca da América Latina.
O início da Real Biblioteca no Brasil – que substitui a Livraria Real, de D. João I - está ligado a um dos mais decisivos momentos da história do país: a transferência de toda a família real e da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, quando da invasão de Portugal pelas forças de Napoleão Bonaparte, em 1808.
Apesar da sua importância para a memória e para a cultura de nosso país, a Biblioteca Nacional está caindo aos pedaços – sua fachada solta pedaços – e ela está infestada de baratas, brocas, traças, cupins e ratos. Sem contar que vazamentos já inundaram diferentes andares, com acúmulo de água de dez centímetros.
Minha amiga Maura, que me mandou o artigo, indignada, clama: “há quem possa dizer que temos iPads e e-books, que não dão cupim nem barata. Mas e a história, como fica? Vai acontecer como no filme “Farenheit 450 – onde os livros são todos queimados e, para preservar a memória, um idoso conta a seu neto a história, para que depois ele também passe adiante – a volta à oralidade para preservar o passado.”
Pois é. Segundo o autor do artigo, o atual diretor da casa, Galeno Amorim (tinha que ser Amorim, para me envergonhar) e a presidentA Dilma gastam muito dinheiro da polpuda verba destinada à Biblioteca Nacional, mas não na preservação do acervo e do prédio.
Então, como se vê, tudo que é ligado à Cultura e à Educação, nesse país, é relegado à ultimo plano, infelizmente, pelos donos do poder.
Como termos resgatar o sistema de ensino brasileiro, a educação brasileira, se não damos aos livros, repositório da memória e do conhecimento, o devido valor?
E Santa Catarina segue essa cartilha direitinho: a Biblioteca Estadual quase foi fechada, recentemente. O governo do Estado a tem tratado como um estorvo e tenta se livrar dela. Mudaram até o nome dela para Biblioteca Pública de Santa Catarina, quem sabe para “privatiza-la”. O que há com esses políticos? Cultura não dá votos, educação deixa as pessoas mais inteligentes para enxergarem que eles – os nossos representantes - não estão no poder para trabalhar pelo povo, mas sim trabalhar apenas no seu próprio interesse?
Luiz Carlos Amorim –Escritor,Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 31 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam a revista Suplemento Literário A ILHA e mais de 50 livros editados. Eleito Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras. Editor do portal PROSA, POESIA & CIA. (Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br ) e autor de 27 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, e colabora com vários portais na Internet. É poeta e contista. É cronista e articulista de jornais como A Notícia, Diário do Litoral, Correio do Povo, Correio da Manhã, Jornal Grande Bahia, Repórter Diário, São José em Foco, Roraima em Foco, Correio Popular de Rondônia, Gazeta de Aracaju, O Liberal de Cabo Verde, Jornal da Manhã de Goiânia, Notisul, Diário do Iguaçu, Diário da Cidade, Folha do Espírito Santo, Jornal União de Londrina e outros.
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