Falhas na rede
Bendita tecnologia que, às vezes, falha!
Bem isso, ao contrário do que possa parecer, há aqueles
dias em que o errado, o incômodo provoca acertos inesperados.
Na correria tão comum de nossos dias, os e-mails resolvem
uma infinidade de situações, evitam caminhadas, economizam tempo e agilizam
tarefas, garantem produtividade, pois cada vez mais, em menos tempo, precisamos
produzir mais...
Pois bem!!!! E como se comportar quando a net falha?
Nossa, como resolver as questões pendentes? Como responder àquele e-mail que há dias já
deveria ter sido respondido, mas não sobrou tempo??? Como agilizar a correção
de um projeto que, tão gentilmente, nos pediram dar uma analisada?
Não há outra saída que não o encontro pessoal, isso mesmo!
Sem internet, a manhã de domingo é o tempo ideal ( e único) para a correção do
projeto que, durante vários dias da semana, não aconteceu.
E eis que é bem isso que acontece. Minha amiga vem, com seu lep top novo, cor de rosa, suave e
delicado como ela. Vem com sua alegria costumeira, seu sorriso não visto há
tempos, mas lembrado como se ontem tivera sido visto pela última vez.
A correção do projeto é a prioridade... mais uma vez ela
se inscreve em um concurso de professores Nota Dez, sem se dar conta de que ela
não precisa do prêmio para assim ser considerada. Trabalha com energia e
dedicação, próprias de quem acredita ser possível fazer Educação com seriedade...
Entre as vírgulas que se acrescentam ao texto e os acentos
colocados, breves pausas para risos,
cotidianidades tão gostosas de serem compartilhadas, de serem curtidas ao
vivo... fico sabendo que o not novo foi presente do marido no dia dos
namorados, que ela ainda mora no mesmo lugar onde há muito tempo eu a visitara,
me conta também do filho que está lindo e já com dois aninhos de idade, que em breve
vai para a escola, da irmã que um dia lhe falou de mim sem lembrar meu nome e
que, por tentativas e associações diversas, soube que era eu...
Falei de mim, mas muito ela já sabia, pois há poucos dias,
na tentativa de me encontrar nessa
maratona maluca do dia a dia, telefonou para casa e, não me achando, conversou
longamente com minha mãe, que tão à vontade
se sentiu e tão bem o telefonema lhe fez, conversou e contou das coisas
boas de um e de outro.... e eu, dessa conversa, nem sabia!
E assim, enquanto
eu lia seu projeto de aprendizagem,
ela lia versos meus... e, nesse emaranhado de palavras, tão felizes
ficamos, e tão bem nos sentimos na alegre e simples presença uma da outra, que
é preciso acentuar, destacar o quanto o não funcionamento da internet foi
fundamental para que encontrássemos tempo de nos ver, de nos ajudar, de viver
esse momento tão singelo, agradável e especial.
De fato, essa conexão só foi possível porque apareceu uma
mensagem na tela do computador, dizendo: Falhas na conexão, não é possível se
conectar à internet. Ainda bem! Que falha mais eficiente!
Marli Chiarani ( em dias desconectados...)
Marli Chiarani é paranaense e mora em Sinop/MT desde 1996.Graduada em Letras, atua no Ensino Médio e Superior. É membro fundador da Academia Sinopense de Ciências e Letras , escreve poemas e Crônicas, pretendendo um olhar comtemplativo, diferente sobre os motivos de versos e prosa presentes no cotidiano.
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