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O CELULAR [Maria de Fátima Venutti]

De Ensaios sobre Os segredos do espelho

O CELULAR

Ela fingia que era inverno, que estava muito frio, menstruada, cansada ou ainda a tradicional dor de cabeça. Ele insistia, pois a desejava sempre. Por fim, sempre acabava aceitando as desculpas dela. Ela, respirava aliviada.

Certa noite, enquanto ela estava no banho, seu celular tocou. Ele não tinha o hábito de atender, mas desta vez a chamada era insistente então, resolveu. Aguardou a voz do outro lado. Um homem falou: Cristina? Já estou aqui. Não demore, ok? E desligou.  

Quem seria?        

Abriu a porta do banheiro bem devagar e reconheceu o contorno daquele corpo no Blindex esverdeado e embaçado do box. Excitou-se rapidamente e  desejou  brincar de marido e mulher com ela, sob o chuveiro. Cris, você vai sair? -Perguntou disfarçadamente. Eu marquei com a Valdirene no  shopping. Ela  trouxe uns livros de arte pra mim, da viagem dela... Sabe, né?

Já passava das dez da noite quando o celular novamente tocou. Ele olhou fixamente pro aparelho, enquanto aquela luz azul acendia e apagava sem cessar. Resolveu atender.  

- Cris? Você não vem mais? Alô? Alô?  Cris?

Tum tum tum tum tum tum


Maria de Fátima Venutti ou simplesmente Fátima Venutti. Paulistana de Osasco. Reside em Blumenau desde dezembro de 2002. Formada em Letras, escreve desde os 11 anos. Pág. na internet: Fátima Venutti.


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