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Recriando minha aldeia [Olga Borges Lustosa ]

Recriando minha aldeia

"Nossas cidades devem ser lugares onde os seres humanos possam viver suas vidas com dignidade, boa saúde, segurança, felicidade e esperança."
(Declaração de Istambul sobre Assentamentos Humanos, 1996)

Hoje, com mais da metade da população do planeta vivendo em ambientes urbanos, a humanidade está vivendo um momento histórico e crítico ao mesmo tempo porque a concentração sem precedentes de populações e recursos em cidades abriram as portas para uma série de possibilidades e novos desafios para o desenvolvimento. As cidades têm sido um terreno fértil para a inovação e avanço humano e pode ser fantástico viver em uma cidade boa, com vários eventos acontecendo, vida noturna efervescente e oportunidades de desenvolvimento profissional. Eventualmente, a maioria das pessoas ao encontrarem seus parceiros de vida, constituem família procurando um lugar para viver com boas escolas, ruas arborizadas, segurança e envolvimento com a comunidade.

Enquanto considerada uma cidade ainda pequena, Cuiabá apresenta aos moradores abundância de comodidades. O crescimento recente resultou em novos complexos comerciais, escolas, condomínios residenciais por toda parte, academias de ginástica e restaurantes. O acolhimento caloroso e a facilidade de estabelecer vínculos de comunicação com a comunidade é uma das razões apresentadas por aqueles que escolheram criar suas famílias aqui.
Mas nem todos sabem como funcionam os sistemas de serviços públicos de ensino, saúde, transporte e cultura na cidade verde. Infelizmente ao mesmo tempo as cidades geram uma série de problemas; como poluição, crescimento desordenado da população, produção de lixo em excesso, consumo de energia não sustentável. Quando mal administrada, as cidades se tornam incubadoras de conflitos e sofrimento humano, geram pobreza, deterioração ambiental, exclusão social, negligência dos direitos humanos básicos, entre outras coisas. O desenvolvimento urbano tem sido objeto de inúmeras conferências internacionais e movimentos nos últimos anos e a urbanização sustentável representa hoje uma prioridade na agenda pública global, precisamente porque precisamos viver o agora sem perder o discurso de um futuro mais saudável.
Na aurora de um novo milênio e confrontando com um conjunto de desafios e oportunidades, a forma como nossa cidade é administrada vai fazer toda a diferença, não só pela capacidade de prosperar, mas sobretudo porque devemos fazer escolhas pelo bem das futuras gerações. Uma das questões mais prementes do nosso tempo então, é saber como podemos agir sobre o enorme potencial da cidade para o desenvolvimento, enfrentando com responsabilidade os desafios colocados.
Em um mundo ideal, eu viveria ao lado dos meus amigos e da família, para ver as crianças crescerem juntas, para nos ajudarmos mutuamente. Parece utopia, mas isso deveria ser a realidade. Já foi assim. Mas certamente enfrento dificuldades gigantes para recriar minha própria aldeia. Na economia moderna, os meus amigos e familiares, assim como os seus, estão espalhados por todos os lugares. Então, quero apenas um lugar onde o custo de vida seja baixo, as escolas boas, o mercado de trabalho promissor, sistema de saúde pública disponível, transporte de qualidade e segurança para transitar pelo meu bairro.



Olga Borges Lustosa é cerimonialista pública e acadêmica de Ciências Sociais pela UFMT e escreve exclusivamente no blog  do Romilson toda terça-feira 
olga@terra.com.br

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