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10 doencinhas básicas da poesia brasileira nos dias de hoje [Fabiano Calixto]

10 doencinhas básicas da poesia brasileira nos dias de hoje


1-Livros de poesia são publicados antes dos poemas serem escritos;
  
2-Os medíocres morrem de medo de plágio; 

3-Os palermas, epígonos & tietes são os primeiros que desistem de afundar navios; 

4-Os imbecis perderam a humildade; 

5-Apenas ouvir Caetano, Chico & Gil gera, num passe de mágica, poetas geniais; 

6-Ler não é um bom negócio;

8-Por aqui não se entende nem o slogan dos grevistas da Lip: Produire autre chose, autrement; nem os versos de Ferlinghetti: Poets, come out of your closets, / Open your windows, open your doors, / You have been holed-up too long / in your closed worlds; nem a prosa de Roberto Bolaño: La vida hay que vivirla, en eso consiste todo. Me lo dijo un teporocho que me encontré el otro día al salir del bar La Mala Senda. La literatura no vale nada.; 

9-Continuam quase todos sentados na carteira da frente, de pau mole, treinando caligrafia com seus bonés bicolores com hélices amarelas & morrendo de medo de arruaça; 

10-Ninguém mais cultiva a própria vaia, é um país de “poetas” sérios; 

11-Querem (& estão conseguindo) encarcerar a poesia nos calabouços da cultura hagiográfica & acreditam piamente que um poema precisa pagar um boquete para bibliografias.

*p.s.: para mim, a poesia de verdade, sangrenta, caminha pelas ruas, ouvindo Raimundo Soldado no mp3 player, tostando um baurets, comendo um PF no centro da cidade enquanto o sol alarga os planos de fuga. A poesia dá uma fodidinha aqui & ali – & pensa: antes uma gonorreia que versinhos sorridentes. A poesia toca o terror! A poesia é um coquetel molotov! A poesia quer é mais, bróder!
 
Fabiano Calixto- nasceu em Garanhuns, PE, em 1973. Vive em São Paulo com Juliana Marks. É mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP. Tem poemas publicados em vários jornais e suplementos do Brasil e do exterior. Publicou os seguintes livros de poesia: Algum (edição do autor, 1998), Fábrica (Alpharrabio Edições, 2000), Um mundo só para cada par (Alpharrabio Edições, 2001), Música possível (CosacNaify/7Letras, 2006) e Sangüínea (Editora 34, 2007). Traduziu poemas de Gonzalo Rojas, Allen Ginsberg, John Lennon, Laurie Anderson, Charles Bukowski, Roberto Bolaño, entre outros. Traduz atualmente uma antologia de Benjamín Prado e outra antologia de Kenneth Rexroth. Prepara sua nova coletânea de poemas, intitulada Nominata morfina.
E-mail: fabianocalixto@yahoo.com.br
Blog: http://meupedelaranjamecanica.wordpress.com/

Um comentário

Anônimo disse...

BRAVO!