Ismael Machado, poeta pós-modernista com raízes existencialistas é autor dos livros Folhas de Março (2006) e Folhas Brasileiras (2010). O segundo livro assinou com o seu primeiro pseudônimo, Fernando Bandeira. Trata-se de uma homenagem a dois grandes poetas das literaturas portuguesa e brasileira, respectivamente Fernando Pessoa e Manuel Bandeira, os quais o autor denomina de seus Poetas Maiores. Atualmente encontra-se escrevendo simultaneamente os seus terceiro e quarto livros.
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Poema dedicado a Florestan Fernandes
Os de cima gozam,
Os de baixo servem,
Os de cima mandam,
Os de baixo calam,
Os de cima imperam,
Os de baixo sofrem,
Os de cima oprimem,
Os de baixo consentem,
Os de cima cantam,
Os de baixo gemem,
Os de cima compram,
Os de baixo mendigam,
Os de cima vivem,
Os de baixo sobrevivem,
Os de cima podem,
Os de baixo desejam,
Os de cima se vangloriam,
Os de baixo se humilham,
Os de cima se adornam,
Os de baixo gostariam.
Os de cima sufocam,
Os de cima negam,
Os de baixo querem lutar,
Não podem se conformar.
Os de cima são burgueses,
Os de baixo operários, oprimidos.
Mas, sobretudo,
são seres
[humanos],
Iguaizinhos àqueles.
Fernando Bandeira
Contradições da terra-pátria Salve lindo pendão
Verde-esperança,
verde das matas.
Brasil, olha sua cara:
Amarelo-ouro, do sol,
azul celestial.
Bandeira branca da paz
Que desejamos viver.
Bem se vê o amarelo estampado
No rosto da fome
De quantos de seus filhos.
Meio milênio esperamos
A paz social, a ordem, o progresso,
Não simplesmente do ter,
Para não constituir regresso do ser.
Bandeira brasileira,
Tremula altaneira no planalto,
De norte a sul, leste a oeste,
Tremula aos ventos, políticas,
Enquanto seu povo treme nas ruas.
Brasil, levanta deste berço esplêndido,
Ajuda os seus marginalizados.
Bravos brasileiros,
Verdes de raiva da corrupção,
Azuis de medo da violência.
Cantem seus hinos,
Espantem seus fantasmas,
Assentados em salões verdes,
Ou azuis.
Ah! se pelo menos eles, os nossos fantasmas,
Fossem transparentes.
O verde da nossa Bandeira
Está ameaçado por cidadãos inescrupulosos,
Algozes das futuras gerações.
Longe vamos, ainda, distantes das letras
Dos hinos, cujos ideais proclamamos.
Fernando Bandeira
Um Brinde
Quero duvidar para saber mais,
Criticar, não ser passivo, assumir riscos.
Determinar viver com alegria cada dia,
Esperar menos dos outros, mais de mim.
Também renunciar às minhas inseguranças,
Banir os medos, amar as pessoas
Sem desejar mudá-las.
Ser e deixar serem
absolutamente
Livre(s).
V
i
v
a
!
Fernando Bandeira
Poema Informatizado
Acessar o coração,
clicar o sentimento,
salvar o respeito,
“deletar” o ódio,
digitar a compaixão
e enviar a esperança
com o amor “on-line”.
Fernando Bandeira
Ismael Machado
Todos os direitos autorais reservados ao autor.
2 comentários
Caro Daufen,adorei a matéria, excelente, parabéns. Um abraço, Ismael Machado
Desde chile te saludo amigo ismael machado
Soy antonio solar el conserje gracias
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