São Paulo - Sem ter de
enfrentar, no mínimo, 12 horas de voo entre São Paulo e Paris e os gastos de
viagem, os brasileiros podem visitar uma preciosidade cultural na Pinacoteca do
Estado, no bairro da Luz, região central da capital paulista. Seis Séculos de
Pintura Chinesa é o nome da mostra, aberta no sábado (04/05/2013).
São 120 pinturas da
coleção do Musée Cernuschi, de Paris, que ficarão expostas pela primeira vez no
Brasil até o dia 4 de agosto. A mostra é parte do conjunto de obras que chegou
a Paris pelas mãos do economista Henri Cernuschi (1821-1896).
Durante uma viagem ao
Oriente em 1873, o colecionador comprou algumas peças de expressivos artistas
da China Imperial e republicana com traços de cultura milenar. Esse gesto
inspirou a criação, em 1898, do museu que leva o nome do economista e que
passou a ser um dos espaços mais antigo e mais importantes da arte asiática na
França. O acervo tem ainda obras de artistas chineses com influências
ocidentais por terem escolhido Paris para o desenvolvimento de seus trabalhos.
A exposição foi
distribuída por seis salas e em cada uma delas está o conjunto relativo ao
período histórico. Na sala Ming foram disponibilizadas as obras confeccionadas
durante a Dinastia Ming (1368-1644). Entre os destaques estão 12 leques com
desenhos e caligrafias de Wen Zhengming (1470-1559).
Na antiguidade, a seda
era o material empregado para as pinturas chinesas. Do século 11 em diante, os
artistas encontraram no uso do papel uma forma de baratear o custo das obras.
Além disso, era mais apropriado para a utilização de pincéis e tintas.
Na sala Dinastia Qing,
(1644-1911),o público poderá apreciar as paisagens de Xu Zhang
(1694-1749), Gao Qipei (1672-1734), entre outros. A escola Epigrafia reúne
trabalhos de Qi Baishi (1863-1957), Ding Yanyong (1902-1978).
As raridades incluem
ainda dez obras de Zhang Daqian (1899-1983), apontado como o artista chinês
mais importante do século 20. Ele especializou-se na técnica da caligrafia e
pintura tradicionais chinesas e seus trabalhos em estilo moderno e peculiar lhe
renderam o reconhecimento de críticos e historiadores, sendo considerado o
“Picasso chinês”.
Zhang Daqian nasceu na
China continental , percorreu vários lugares no mundo e uma dessas localidades
foi o Brasil. Entre 1953 e 1972, ele morou na cidade de Mogi das Cruzes, na
Grande São Paulo. Depois, foi viver em Taiwan até morrer.
Marli Moreira
Repórter da Agência
Brasil
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário
Postar um comentário