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Oásis [Luciene Freitas]

Aniversário de 85 anos de D. Eunice de Vasconcelos Xavier.
Oásis        

        Se nossa passagem pela vida  fosse comparada a uma  travessia pelo deserto, com  certeza os oásis seriam os nossos amigos. Quantas vezes nos  sentimos  sós e achamos um imenso vazio na alma, um deserto...
        De súbito, nossa mente clareia com a lembrança de um semblante amigo que nos sorri. São os amigos, os oásis da existência.

        Quantas vezes ficamos desprovidos de razões para viver, a pensar que tudo é nada... Aí, surgem os anjos da guarda materializados e nos convencem que a vida é bela.

        Deveria haver uns mandamentos para que, desde cedo, aprendêssemos a fazer amigos. É tão fácil... Basta sorrir, ser sincero, saber ouvir, saber dizer as palavras corretas na hora certa. Assim, distribuindo nossa energia positiva, repleta de alegria, a todos que encontrarmos, estaremos predispostos a fazer novas amizades. Este gesto será como que milagroso, ou mesmo mágico, formará elos que logo serão encaixados na corrente da amizade, pois o sorriso é a ponte para ela; a sinceridade, o sustentáculo.

        Para se fazer amigos não é importante determinar a idade, sexo, religião, classe, língua ou qualquer coisa material. Com os mais velhos entramos em contato com a experiência, com os mais jovens nos atualizamos. É fundamental respeitar a individualidade de cada um. Cada pessoa tem sua característica, sua ideologia, sua verdade, e é interessante ver-se cada uma defendê-las. Não é necessário que estejam sempre por perto; basta se ter a certeza de que existem. Quanto maior a quantidade de amigos, melhor a gratificação para o espírito, pois são eles que nos dão força quando nos  sentimos pequenos diante das durezas da vida.

        Sedentos, muitas vezes necessitamos de uma palavra amiga e, ansiosos, corremos a uma visão. E qual nossa decepção ao depararmos uma miragem. Estas são mais freqüentes e fáceis  de encontrar. Os oásis, não; são raros. Entretanto, “no  meio da areia ardente surgem oásis como obras de Deus para salvar os homens”. Na vida, surgem os amigos, como anjos disfarçados, carregando provisões de doçura e compreensão...

       Assim como o deserto fica mais fascinante por conter oásis escondidos, a vida fica mais atraente quando se tem amigos.
Luciene Freitas,
Dos livros: A Dança da Vida, 1996 e
Meu  Caminho, 2002.


Luciene Freitas - Prêmio Vânia Souto Carvalho de Ficção, pela Academia Pernambucana de Letras, em 2009. É pernambucana e tem publicados os seguintes livros: Explosão (poesias); A Dança da Vida (parábolas e contos); Mil Flores (poesias). Encenado no Teatro do SESC em 2004; O Sorriso e o Olhar (parábolas, contos e crônicas); Meu Caminho, textos para reflexão; Uma Guerreira no Tempo, (pesquisa). O resgate de uma época – 1903-1950; a vida e a obra da escritora Martha de Hollanda, primeira eleitora pernambucana. Premiado pela Academia Pernambucana de Letras, em janeiro de 2005; Viagem dos Saltimbancos Escritores pelos Recantos do Nordeste, (cordel); Mergulho Profundo, 264 pensamentos filosóficos; Brincando Só e Brincando de Faz de Conta, Vol. I e II da série No Ritmo da Rima; O Espelho do Tempo, romance de pura emoção; Sob a Ótica das Meninas, 42 contos de um tempo determinado.
Tem trabalhos publicados em jornais e revistas do Brasil, Portugal e Argentina. Participações em várias antologias. Conta com alguns prêmios literários. Pertence ao quadro de sócios da União Brasileira de Escritores (UBE– PE); União Brasileira de Trovadores (UBT– PE); Instituto Histórico e Geográfico da Vitória, Vitória – PE; Academia de Letras e Artes do Nordeste (ALANE); Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciências da Vitória de Santo Antão; Grupo Literário Celina de Holanda. Membro correspondente da Academia Irajaense de Letras e Artes (AILA) Irajá / RJ e Academia de Letras de Itapoá / SC.

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