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Foto: Mariane Rossi/G1 |
Aposentado publica 1º livro aos 96
Nunca é tarde para fazer o que se gosta. Aos 96 anos, Francisco Gonçalves Gameiro, morador da Praia Grande, em São Paulo, publicou seu primeiro livro de poesias.
Natural de Muzambinho, em Minas Gerais, Gameiro aprendeu a escrever nas escolas rurais da região e descobriu o amor pela poesia aos 22 anos de idade.
“Eu tenho como professor do meu conhecimento, o meu português, a minha literatura, os jornais. Eu recorto muito artigos, leio e guardo”, conta.
Aos poucos, as palavras saíram do papel e foram para o notebook. Francisco aprendeu a escrever com o teclado e passar sua inspiração para as telas do computador.
Depois de várias tentativas frustradas com editoras, uma de suas filhas conseguiu publicar as poesias do pai. “Ela pegou o que eu escrevi sem eu ver, tirou uma cópia e mostrou para outra editora. Sem me falar nada, ela chegou aqui com o livro”, conta ele, empolgado. Foram impressos 300 livros. A obra se chama Francisco – Poeta do coração.
Gameiro acredita que ainda tem bastante a transmitir para as novas gerações. Ele quer escrever uma biografia, contando um pouco do que viveu e o que viu da vida.
Na BSP é possível encontrar outros autores que também publicaram livros tardiamente.
Cora Coralina (1889-1985)
A poetisa goiana publicou seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, em 1965, aos 76 anos.
Primeira obra publicada pela autora, reúne 37 poemas que encantaram Drummond. Os versos de Cora contam fatos, lendas e tradições de nossa terra. Povoados de sua vivência interiorana, de seu bom humor de mulher simples, o livro desvenda revelações pessoais e sociais da vida em Goiás.
Carolina Maria de Jesus (1914-1977)
Ex-catadora de papel, Carolina lançou seu primeiro livro, Quarto de despejo, aos 46 anos.
O cotidiano dos favelados ganha voz neste diário de uma catadora de lixo.
Pedro Nava (1903-1984)
Formado em Medicina, a obra de Nava é marcada pelo caráter memorialista. O primeiro livro, Baú de ossos, foi lançado em 1972, quando ele tinha 69 anos.
Baú de ossos reconstitui a genealogia dos antepassados e os primeiros anos da infância do autor. Buscando ir além de uma mera crônica autobiográfica, Nava realiza um panorama da sociedade e da cultura brasileiras no século XIX e no início do século XX. Baú de ossos se inicia com a descrição dos antecedentes genealógicos da família do autor, divididos entre Minas, o Nordeste e os burgos e castelos europeus onde viveram seus antepassados aristocráticos. Em seguida, sempre entremeando fatos históricos, observações pitorescas e anedotas familiares com suas primeiras lembranças, o autor narra acontecimentos vividos até seus oito anos de idade, marcada pela traumática morte de seu pai.
Revista Biografia
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