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Artur Menezes – O Garoto Prodígio do Blues [Cleo Oshiro]


Artur Menezes – O Garoto Prodígio do Blues

Artur Menezes 27 anos, solteiro, nasceu em Fortaleza (Ceará), mas reside na cidade de São Paulo. Conhecido por seu estilo original de tocar blues, esse talentoso músico e guitarrista lança CD novo e o clipe da música (Damn! You I´m a Man) no Bourbon Street, em São Paulo. O vídeo é a união das duas paixões do Artur: A música e o humor. Sob a direção de Glauber Paiva Filho e Roger Capone, a gravação aconteceu em Fortaleza com a participação da sua mãe, a cantora Lucia Menezes e dos humoristas Bolachinha e Picolina (falecido recentemente). Contou também com participações de figuras da cena rock’n roll cearense e do Motoclube Dry Quinze. Artur executa o blues com maestria, onde a mistura dos estilos como o reggae, funk, country, soul e a música nordestina cria uma sonoridade única. Vamos saber um pouco mais sobre esse jovem talento.

Artur, você é conhecido como o “Garoto Prodígio do Blues“. Quando começou a se interessar por blues?

Aos 11 anos de idade, quando descobri o blues através do Rock.

Estudou música?

Sou autodidata, aprendi a tocar sozinho, mas depois de já saber tocar e tocando profissionalmente, me interessei mais pelos estudos e fiz vários cursos, dentre ele na Universidade Estadual do Ceará.

Quem são suas influências musicais?

Minhas influências vão de Jimi Hendrix a Luiz Gonzaga, passando por B.B. King, Albert King, Albert Collins, Larry Carlton, Wes Montgomery, James Brown, Stevie Ray Vaughan, dentre outros.

É filho da cantora de MPB Lucia Menezes. Costuma se apresentar ao lado dela em shows?

Nossas carreiras sempre andaram independentes uma da outra, porém, de uns 5 anos pra cá, ela sempre me convida para fazer participações especiais nos seus discos e participar das turnês de cada disco. Este ano foi o contrário, ela que participou como convidada do meu show de lançamento do novo disco. Foi muito lindo!Artur Menezes


Quando começou a se apresentar profissionalmente e onde ocorreu seu primeiro show?

Por volta dos 15, 16 anos. Os primeiros shows foram em universidades em calouradas. Comecei tocando em uma banda de meu irmão mais velho. Sempre fui o mais novo de todas as bandas que participei.

Quantos Cds gravados?

Cds de carreira solo (2) e mais 2 Eps. Participações especiais em discos (3), discos de bandas que fiz parte (2), DVDs (2).

Fale sobre o seu trabalho com o CD Early To Marry.

O “Early To Marry” foi o meu primeiro disco de carreira solo. Foi minha primeira experiência como produtor, arranjador e compositor do disco, além de ter sido a minha primeira experiência em estúdio com o canto (antes só tinha gravado guitarras). Foi muito bacana, pois além de ter me surpreendido com a qualidade e com a aceitação do público, serviu bastante para o amadurecimento da minha música.

Você tem um CD indicado para o Prêmio da Música Brasileira?

Na verdade não chegou a ser indicado, chegou a ser escolhido dentre muitos para ser indicado: pré-selecionado. Muito provavelmente na categoria “Disco Brasileiro em Língua Estrangeira”. Foi o meu disco mais recente, o #2.

No lançamento do seu CD, que foi realizado num anfiteatro em Fortaleza, o espaço de 700 lugares foi pequeno para um público imenso. É verdade que tinha mais de 100 pessoas de pé e mais uma multidão fora?

Isso. Muita gente não conseguiu entrar. Desde quando comecei a produzir o lançamento eu ia fazer em um local com capacidade para 5 mil pessoas. Mas os contatos do governo e prefeitura que iriam me ajudar deram pra trás e tive que arcar por conta própria em outro local. Teve que ser menor pois eu teria menos custos e menos dor de cabeça. Mas eu queria muito ter feito em um local maior. Muita gente mesmo ficou triste por não ter conferido o show.

Gostaria que falasse sobre o concurso, onde músicos do mundo inteiro disputaram uma vaga para tocar ao lado do músico Eric Clapton.

Foi uma experiência muito gratificante. Fiquei no páreo da disputa até o final. Quem ganhou foi um canadense radicado em Los Angeles, Philip Sayce. Muito bom guitarrista!!! Mas tem 10 anos a mais que eu. Fiquei feliz pela exposição que o concurso me rendeu, mas acho que teria sido mais bacana para o Festival ter alguém de outro país que não os EUA. Para minha surpresa, semana passada, início de junho, o Buddy Guy esteve em São Paulo e num jantar os músicos dele disseram que acompanharam a votação e que estavam torcendo por mim, que eu era o melhor. Só por ouvir isso desses caras, já me sinto vencedor.


Artur MenezesNo Garanhuns Jazz Festival onde se apresentou ao lado de outros músicos, foi um sucesso. Foi um público recorde?

Não sei dizer. Já participei de festivais com muito público.

Aliás você é um campeão em participações em festivais, fica difícil citar todos aqui. Como é a adrenalina de se apresentar para uma grande multidão?

É sempre muito bom! Quanto mais gente, mais empolgado fico e melhor toco! Quanto mais o público participa (seja cantando, seja sorrindo, aplaudindo) mais eu me supero.

Costuma se apresentar com mais frequência no eixo Fortaleza – São Paulo?

Nos últimos tempos mais em SP. Estou morando lá há 3 anos. Mas neste meio tempo fui a Chicago novamente, fiz turnê na Argentina e também me apresentei em Londres, incluindo vários festivais fora de SP.

Na Feira da Expomusic 2012 você tocou todos os dias. Qual a importância desses eventos?

Estes eventos são legais para contatos com músicos e produtores. Foi muito bacana!

Você é um dos idealizadores do projeto Casa do Blues. Fale sobre o projeto.

É um projeto que acontece em Fortaleza. Criamos uma associação, escrevemos projetos e arrecadamos verbas públicas ou privadas para difundir o blues em todos os bairros, sempre com shows de graça. Também fazemos programas de TV, Rádio e workshops e oficinas voltadas ao estilo.


E o projeto Harmônicas Ercoblues, realizado há tempos atrás?

Harmônicas MercoBlues já faz um tempinho, foi uma turnê que fizemos com alguns gaitistas brasileiros, Argentinos e Chilenos.

Participa de todas as edições do Oi Blues By Night Fortaleza?

Participei de todas como artista. E nos últimos dois anos como artista, produtor e banda de apoio dos artistas gringos convidados.

No Brasil abriu o show de Peter Mad Cat. Costuma se apresentar ao lado de grandes nomes. Qual a emoção de fazer parte de uma seleção de nomes consagrados no cenário do blues?

Pra mim é bastante natural, pois foi conquistado com o suor e com muito tempo de trabalho (já são 15 anos de guitarra). Então quando é de pouquinho em pouquinho não sentimos diferença. Acredito que artistas que “estouram” de uma hora pra outra e tem um sucesso repentino sentem-se bastante desconfortáveis com isso.

Você esteve se apresentando na Argentina no Blues Guitar Experience, onde representou o Brasil. É verdade que foi descoberto pelo produtor do evento através do YouTube?

Isso. Viu uns vídeos no YouTube e também recebeu indicações de artistas brasileiros que já tinham ido por lá.

Como foi a experiência de participar desse evento? Inclusive tem uma escola local onde os músicos do evento deram workshop.

Foi maravilhoso! Descobrir que tenho “hermanos sul-americanos” que compartilham da mesma paixão, saber que em Buenos Aires a cena de blues é muito bacana e que inclusive eles tem uma “Escuela de Blues”. Fizemos um workshop lá e tocamos juntos com os alunos. Foi muito gratificante poder interagir com os alunos e compartilhar experiências.

Pretende levar esse projeto para o Brasil e Chile?

Isso. Creio que em novembro.

Em 2012 você abriu o show do Buddy Guy no Brasil. Como foi?

Foi surreal! As pessoas costumavam me perguntar se eu fiquei nervoso ao tocar com o Buddy. Eu sempre digo que não, pois ele nunca tinha tocado comigo. Já eu, venho tocando com ele e com a banda dele desde os 11 anos de idade, lá em casa, acompanhando os seus discos. Foi um ápice na minha carreira ser convidado para fazer os shows de abertura de um dos meus ídolos.

Você morou em Chicago. Conte um pouco sobre essa etapa da sua vida. Essa época lhe rendeu bons frutos?

Sim, muitos. Conheci muitos músicos, participei de bandas, fiz meus shows solos, conheci vários bares de blues (muitos deles eu tinha entrada VIP sempre). Sem contar que foi a realização de um sonho. Poder beber o blues direto da fonte! Foi fantástico.


Você foi integrante  da banda norte-americana The Shakes?

Isso. Desde a minha primeira ida a Chicago. Fizemos vários shows.

Quais suas prioridades em relação ao seu trabalho no momento?

Continuar cada vez mais galgando o meu espaço. Quero muito participar de festivais e fazer turnês em outros países. É sempre gratificante conquistar novos públicos e fazer novas amizades.

Planos e objetivos futuros?

Viver um dia de cada vez e não se preocupar com o objetivo final, e sim com a caminhada.

Terminamos por aqui Artur…arigatou.

Muito obrigado, Cleo! Que maravilha você ter me cedido este espaço. Espero ir ao Japão para shows e que possamos nos encontrar. Nas minhas idas a Chicago eu fiz muita amizade com japoneses. Tenho vários amigos por aí. Inclusive ex-namoradas (rs…).

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Reportagem
Cleo Oshiro –  Colunista Social

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