QUE SE DEVUELVA EL CRISTIANO [Paulo Pitaluga]
En aquel momento, Brasil había traído de Paraguay una serie de triunfos, botín, recuerdos de la guerra, que hoy podemos considerar un verdadero saqueo al país perdedor. Tal cual vikingos, visigodos y ostrogodos, invadieron otras naciones asesinando, quemando, saqueando y luego regresaban a sus tierras. En el siglo XXI debemos avergonzarnos de ese saqueo bélico y cultural al país hermano, durante y después de la guerra. Y esta es la hora dedevolver piezas fundamentales de Paraguay para la comprensión de la historia de su tierra y su gente. Y entre los archivos civiles y militares, objetos personales de los gobernantes, piezas de carácter cultural, tenemos un verdadero símbolo de lucha, de valentía, audacia y el valor de la gente guaraní, el cañón llamado "El Cristiano".
Paulo Pitaluga Costa e Silva-historiador-Cuiabá-Mato Grosso.
Um guerra é talvez o mais terrível evento que possa acontecer a um país e, em especial, à sua população. São indescritíveis os sofrimentos de sua gente. E nunca ninguém ganha uma guerra, pois o simples fato de se estar inserido em um conflito bélico já causa horrores, Será que os Aliados ganharam a 2a. Guerra mundial, com um custo de milhões de mortos entre os seus? E será que o Brasil foi um dos ganhadores da Guerra do Paraguai, quando perdemos 33 mil vidas? É claro que não. Se um país chega a perder 1 só soldado ele já não ganhou uma guerra.
Não vejo a Guerra do Paraguai com bons olhos, nem com um patriotismo exacerbado a favor de um feito bélico de um século e meio atrás. Bem, fomos, lutamos e vencemos... Mas não ganhamos.
Existem, porém, fatos ocorridos que merecem ser lembrados a todos os brasileiros, argentinos e uruguaios, aliados na nessa guerra, para que possamos ainda resgatar um pouco da história e do atual patriotismo de nosso então adversário à época, o Paraguai, e que no século XXI se tornou o país mais amigo e mais próximo do Brasil em toda a América Latina.
À época, o Brasil trouxe do Paraguai uma série de triunfos, despojos, memórias de guerra, que hoje podemos considerar um verdadeiro saque do país perdedor. Tais quais hunos, vikings, visigodos e ostrogodos, que invadiam outras nações, matavam, incendiavam, saqueavam e retornavam para suas terras.
No século XXI temos mais é que nos envergonhar desse saque – bélico e cultural – do país irmão durante e após a guerra.
E está na hora de devolvermos ao Paraguai peças fundamentais para o entendimento da história de sua terra e de sua gente. E entre arquivos civis e militares, objetos pessoais de governantes, peças de caráter cultural, temos um verdadeiro símbolo da luta, da valentia, da audácia e do valor da gente guarani, o canhão denominado “El Cristiano”.
Essa peça de artilharia foi construída em meados da guerra, num esforço brutal para sua defesa, a partir do material derretido de dezenas de sinos de bronze das igrejas católicas paraguaias. Construiu-se o enorme canhão, um dos maiores do século XIX, que foi utilizado pelo exército paraguaio na Batalha de Curupaiti, proporcionando uma vitória a esse exército.
Foi utilizado também em fevereiro de 1868, na fortaleza de Humaitá, batalha chave para a vitória da Tríplice Aliança contra o Paraguai.
Ali ele foi apreendido pelo exército brasileiro e levado ao Rio de Janeiro.
No governo Geisel, algumas poucas coisas foram devolvidas solenemente por esse presidente, mas não basta. O canhão tem que ser devolvido.
Assim, apelo aos nossos amigos, historiadores, politicos, Institutos Históricos municipais, estaduais e o quase bi-centenário Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, as Universidades, as Forças Armadas, ao Itamaraty, que façam um esforço para conseguir junto ao Governo Federal, a devolução do canhão “El Cristiano” à República do Paraguai, como medida de Justiça à esse bravo, vizinho e amigo povo.
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