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dicas para ter sucesso no crowdfunding
Você sabe como ter sucesso
no crowdfunding?
Eu ainda não lancei
nenhuma campanha de crowdfunding para publicar um livro, mas tenho apoiado
vários projetos e procuro entender esse mecanismo que tem crescido muito nos
últimos tempos e me parece uma das vias possíveis para realizar diferentes
tipos de projeto cultural que talvez não tenham forte apelo comercial, ao menos
segundo a ótica de quem decide, no mercado tradicional, no que investir. Por
isso resolvi organizar aqui algumas das percepções que construí em pesquisas e
como apoiadora de campanhas que me cativaram e adotei o formato “listicle“. São
dicas que eu mesma pretendo seguir e podem não ser uma garantia, mas são pontos
em comum para quem consegue ter sucesso no crowdfunding.
Antes mesmo de ler essas
dicas, é importante que você pondere que colocar uma campanha no ar não pode
ser uma decisão impulsiva, tomada na primeira vez que visitar o site de uma
plataforma de financiamento coletivo. Considere que muitos dos seus amigos e familiares
(seus potenciais apoiadores) pode não se sentir confortável em fornecer um
número de cartão de crédito para a plataforma que você escolheu ou simplesmente
não costuma efetuar qualquer tipo de compras pela web. Considere, inclusive, se
esse é realmente o único meio que você tem de financiar seu sonho. Pondere que,
não ser bem sucedido (atingir a meta de arredação estipulada), pode gerar
frustração porque você não vai levar nada (das plataformas que já avaliei, você
só põe a mão no recurso se atingir 100% da meta de arredação). Se passou por
todas essas ponderações e vai começar o seu planejamento, aí sim vale pensar
nas dicas a seguir. E boa sorte!
1.
Escolha recompensas atrativas para seus apoiadores
O sonho de publicar um
livro é seu, portanto, para que você convença outras pessoas a ajudá-lo é
preciso argumentos que vão além do seu próprio desejo. As motivações de quem
apoia projetos de financiamento coletivo podem variar, então, pense em
recompensas variadas que possam sensibilizar diferentes categorias de
apoiadores.
Uma boa sugestão é estudar
o perfil dos apoiadores aqui nessa pesquisa divulgada pelo Catarse. Embora ela
não traga respostas exclusivamente relacionadas ao apoio de projetos de
literatura, dá uma boa ideia dos hábitos de quem usa a ferramenta de
crowdfunding e se dispõe a colocar recursos nisso.
Uma reflexão importante a
ser feita é: “por que alguém me ajudaria a publicar esse livro”?. E se a única
resposta que lhe ocorrer é o seu próprio desejo de publicar, sugiro que repense
o financiamento coletivo como ferramenta.
2.
Não cadastre nenhum projeto antes de ter avaliado o número de apoiadores que
precisa conquistar.
Isso significa que você
deve ter um bom orçamento para a publicação que pretende viabilizar. Aliás, não
pense nisso como uma publicação, mas como um projeto, onde além dos aspectos
editoriais (revisar, editar, imprimir), é preciso calcular o custo de envio dos
livros aos apoiadores, os brindes que poderão estimular mais gente a realizar o
sonho que é seu (e também o seu envio); o percentual da plataforma onde vai
colocar seu projeto (Catarse ou Bookstart, por exemplo); recursos para
divulgação da obra, se não for produzir por impressão sob demanda (POD); o
lançamento do livro. Assim que tiver o valor do total do projeto, procure
dividi-lo pelo valor da contribuição mínima que pensa em estipular. Esse é o
seu alvo em termos de número de apoiadores. Compare o número encontrado com os
seus contatos efetivos em redes sociais e/ou círculos de convivência. Mas seja
realista: não adianta ter 5 mil amigos no Facebook porque interação de verdade
não é curtir memes ou desejar um feliz aniversário protocolar. Estime com muita
modéstia o percentual de contatos que efetivamente estará disposto a contribuir
(no meu caso penso em algo como 0,5 a, no máximo 2%).
3.
Divulgue, mas não constranja
A divulgação é um aspecto
importantíssimo para o sucesso da campanha, possivelmente mais do que as
recompensas oferecidas ou sua cara pidona no vídeo da campanha (embora não seja
obrigatório, é muitíssimo recomendado criar um vídeo que explique o projeto e
convença a audiência a contribuir com seu sonho). Boa divulgação não significa
congestionar a timeline ou a caixa de e-mails dos seus amigos.
Vale a pena fazer um
contato pessoal (pode ser por e-mail, mas de forma direta ao seu interlocutor e
não através de um email genérico) com pessoas que você considere importantes
para lhe auxiliar na divulgação. Sabe aquele pessoa acessível cuja opinião é
respeitada na web (ao menos nos círculos que você frequenta)? Fale do seu
projeto e peça apoio na digulgação, deixando liberdade para que a pessoa diga
não (pode ser que sua campanha não esteja dentre os tópicos de interesse dessa
pessoa), sem dar sinais de mágoa.
4.
Estabeleça prazos realistas (e cumpra-os)
É importante pensar em
dois cronogramas. Um para o período em que a campanha estará no ar (normalmente
os sites de crowdfunding estabelecem um período de 60 dias para você angariar
os recursos de que necessita) onde você precisará realizar o “corpo a corpo”
com os potenciais apoiadores do seu projeto. Considere inclusive a
possibilidade de investir algum recurso em assessoria profissional para essa
divulgação.
Mas pense também (porque
deve acreditar no projeto) em um cronograma seguro para a realização do seu
projeto caso a campanha seja bem sucedida e você obtiver a grana necessária. É
muito importante não decepcionar seus apoiadores postergando a data de entrega
dos livros e recompensas. Isso afeta sua
chance de ter novos projetos apoiados e também macula a ferramenta como um
todo, pois um apoiador frustrado com você pode extrapolar a frustração e deixar
de apoiar outras iniciativas.
5.
Agradeça
Isso não tem a ver só com
financiamento coletivo. Questão de educação, não é!? E tem o mesmo efeito
potencial do cumprimento de prazos que comento acima. Fazer a experiência do
apoiador o mais agradável possível é um estímulo em seu favor e de todos
aqueles que dependerão da generosidade dos apoiadores para realizar suas
ideias.
Maurem
Kayna é engenheira florestal, baila flamenco e se interessa por literatura
desde criança. Depois de publicações em coletâneas, revistas e portais de
literatura na web resolveu apostar na publicação em e-book e começou a se
interessar por tudo que orbita o tema, por acreditar que essa forma de
publicação pode ser uma das chances de aumentar o número de leitores no Brasil.
Autora da coletânea de contos Pedaços de Possibilidade, viabilizado pela
iniciativa da Simplíssimo. Sites: mauremkayna@uol.com.br
- mauremkayna.com/ - twitter.com/mauremk
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