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5 dicas para ter sucesso no crowdfunding [Maurem Kayna]

5 dicas para ter sucesso no crowdfunding


Você sabe como ter sucesso no crowdfunding?

Eu ainda não lancei nenhuma campanha de crowdfunding para publicar um livro, mas tenho apoiado vários projetos e procuro entender esse mecanismo que tem crescido muito nos últimos tempos e me parece uma das vias possíveis para realizar diferentes tipos de projeto cultural que talvez não tenham forte apelo comercial, ao menos segundo a ótica de quem decide, no mercado tradicional, no que investir. Por isso resolvi organizar aqui algumas das percepções que construí em pesquisas e como apoiadora de campanhas que me cativaram e adotei o formato “listicle“. São dicas que eu mesma pretendo seguir e podem não ser uma garantia, mas são pontos em comum para quem consegue ter sucesso no crowdfunding.

Antes mesmo de ler essas dicas, é importante que você pondere que colocar uma campanha no ar não pode ser uma decisão impulsiva, tomada na primeira vez que visitar o site de uma plataforma de financiamento coletivo. Considere que muitos dos seus amigos e familiares (seus potenciais apoiadores) pode não se sentir confortável em fornecer um número de cartão de crédito para a plataforma que você escolheu ou simplesmente não costuma efetuar qualquer tipo de compras pela web. Considere, inclusive, se esse é realmente o único meio que você tem de financiar seu sonho. Pondere que, não ser bem sucedido (atingir a meta de arredação estipulada), pode gerar frustração porque você não vai levar nada (das plataformas que já avaliei, você só põe a mão no recurso se atingir 100% da meta de arredação). Se passou por todas essas ponderações e vai começar o seu planejamento, aí sim vale pensar nas dicas a seguir. E boa sorte! 

1. Escolha recompensas atrativas para seus apoiadores

O sonho de publicar um livro é seu, portanto, para que você convença outras pessoas a ajudá-lo é preciso argumentos que vão além do seu próprio desejo. As motivações de quem apoia projetos de financiamento coletivo podem variar, então, pense em recompensas variadas que possam sensibilizar diferentes categorias de apoiadores.

Uma boa sugestão é estudar o perfil dos apoiadores aqui nessa pesquisa divulgada pelo Catarse. Embora ela não traga respostas exclusivamente relacionadas ao apoio de projetos de literatura, dá uma boa ideia dos hábitos de quem usa a ferramenta de crowdfunding e se dispõe a colocar recursos nisso.

Uma reflexão importante a ser feita é: “por que alguém me ajudaria a publicar esse livro”?. E se a única resposta que lhe ocorrer é o seu próprio desejo de publicar, sugiro que repense o financiamento coletivo como ferramenta. 

2. Não cadastre nenhum projeto antes de ter avaliado o número de apoiadores que precisa conquistar.

Isso significa que você deve ter um bom orçamento para a publicação que pretende viabilizar. Aliás, não pense nisso como uma publicação, mas como um projeto, onde além dos aspectos editoriais (revisar, editar, imprimir), é preciso calcular o custo de envio dos livros aos apoiadores, os brindes que poderão estimular mais gente a realizar o sonho que é seu (e também o seu envio); o percentual da plataforma onde vai colocar seu projeto (Catarse ou Bookstart, por exemplo); recursos para divulgação da obra, se não for produzir por impressão sob demanda (POD); o lançamento do livro. Assim que tiver o valor do total do projeto, procure dividi-lo pelo valor da contribuição mínima que pensa em estipular. Esse é o seu alvo em termos de número de apoiadores. Compare o número encontrado com os seus contatos efetivos em redes sociais e/ou círculos de convivência. Mas seja realista: não adianta ter 5 mil amigos no Facebook porque interação de verdade não é curtir memes ou desejar um feliz aniversário protocolar. Estime com muita modéstia o percentual de contatos que efetivamente estará disposto a contribuir (no meu caso penso em algo como 0,5 a, no máximo 2%). 

3. Divulgue, mas não constranja

A divulgação é um aspecto importantíssimo para o sucesso da campanha, possivelmente mais do que as recompensas oferecidas ou sua cara pidona no vídeo da campanha (embora não seja obrigatório, é muitíssimo recomendado criar um vídeo que explique o projeto e convença a audiência a contribuir com seu sonho). Boa divulgação não significa congestionar a timeline ou a caixa de e-mails dos seus amigos.

Vale a pena fazer um contato pessoal (pode ser por e-mail, mas de forma direta ao seu interlocutor e não através de um email genérico) com pessoas que você considere importantes para lhe auxiliar na divulgação. Sabe aquele pessoa acessível cuja opinião é respeitada na web (ao menos nos círculos que você frequenta)? Fale do seu projeto e peça apoio na digulgação, deixando liberdade para que a pessoa diga não (pode ser que sua campanha não esteja dentre os tópicos de interesse dessa pessoa), sem dar sinais de mágoa. 

4. Estabeleça prazos realistas (e cumpra-os)

É importante pensar em dois cronogramas. Um para o período em que a campanha estará no ar (normalmente os sites de crowdfunding estabelecem um período de 60 dias para você angariar os recursos de que necessita) onde você precisará realizar o “corpo a corpo” com os potenciais apoiadores do seu projeto. Considere inclusive a possibilidade de investir algum recurso em assessoria profissional para essa divulgação.

Mas pense também (porque deve acreditar no projeto) em um cronograma seguro para a realização do seu projeto caso a campanha seja bem sucedida e você obtiver a grana necessária. É muito importante não decepcionar seus apoiadores postergando a data de entrega dos livros e recompensas.  Isso afeta sua chance de ter novos projetos apoiados e também macula a ferramenta como um todo, pois um apoiador frustrado com você pode extrapolar a frustração e deixar de apoiar outras iniciativas. 

5. Agradeça

Isso não tem a ver só com financiamento coletivo. Questão de educação, não é!? E tem o mesmo efeito potencial do cumprimento de prazos que comento acima. Fazer a experiência do apoiador o mais agradável possível é um estímulo em seu favor e de todos aqueles que dependerão da generosidade dos apoiadores para realizar suas ideias.


Maurem Kayna é engenheira florestal, baila flamenco e se interessa por literatura desde criança. Depois de publicações em coletâneas, revistas e portais de literatura na web resolveu apostar na publicação em e-book e começou a se interessar por tudo que orbita o tema, por acreditar que essa forma de publicação pode ser uma das chances de aumentar o número de leitores no Brasil. Autora da coletânea de contos Pedaços de Possibilidade, viabilizado pela iniciativa da Simplíssimo. Sites: mauremkayna@uol.com.br - mauremkayna.com/ - twitter.com/mauremk

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