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Diovani Mendonça [Analista de sistemas autodidata e Poeta]


Diovani Mendonça,Poeta, Analista de sistemas autodidata, Mendonça estudou apenas até a sétima série, mas isso não o impediu de se tornar um poeta apaixonado pelos versos. E coincidência ou não, o mineiro ainda carrega consigo o orgulho de ter nascido em 12 de outubro, o dia nacional da leitura. Cultivador da Árvore dos Poemas. Idealizador entre outras iniciativas de incentivo à leitura dos projetos: "Pão e Poesia, em qualquer esquina, em qualquer padaria" e "Pão e Poesia na Escola", que consistem na publicação de poemas e artes plásticas em saquinhos de pão ecologicamente corretos. Entre 2010/11, o “Pão e Poesia na Escola”, ofereceu oficinas de sensibilização poética em 20 escolas públicas do Barreiro (BH/MG) para mais de 800 alunos. Os poemas produzidos foram publicados em 250.000 embalagens. 

Na primeira edição, eram versos de poetas de renome e desenhos de artistas plásticos homenageados que estampavam os saquinhos. “Também inclui a seleção de alguns poemas que foram enviados pelas pessoas. Inicialmente foram feitas 300 mil embalagens, todas produzidas na base da colaboração”, conta. 

As mesmas, foram doadas às padarias no entorno das escolas participantes para que as obras dos alunos circulassem na própria comunidade na qual estão inseridos. Em março de 2012, o projeto reiniciou as atividades no mesmo formato em mais 10 escolas, desta vez, em Brumadinho (MG). O "Pão e Poesia...", foi reconhecido por duas vezes pelo Ministério da Cultura (Minc): 2009 -- 1º lugar no Prêmio Pontos de Mídia Livre; 2010 -- Selo Prêmio Cultura Viva (http://www.premioculturaviva.org.br/) cujo tema foi Comunicação e Cultura. 



Mendonça vive e trabalha em Esmeraldas, rodeado pelo verde da natureza e por seus animais de estimação, em um sítio que ele batizou de “Ninho das Pedras” – onde recebe grandes amigos e até artistas renomados, como o poeta cubano Félix Contreras.

“Desde adolescente,eu escrevia poemas e letras de música em folhas de caderno para distribuir entre os amigos.Meu sonho era que aqueles versos que me emocionaram tocassem também o coração de outras pessoas.Há três anos, eu tive ideia de colocar esses textos em sacos de pão”, diz Diovani.


O projeto "Pão e Poesia na Escola", patrocinado pela V & M do Brasil, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, foi uma das iniciativas focalizadas dentro da 8ª Semana de Poesia da TV Escola. As gravações ocorreram no dia 01 de setembro de 2011, na Escola Estadual Duque de Caxias, bairro Santa Helena, Belo Horizonte (MG).   


“O que eu queria mesmo era fazer com que esses alunos conseguissem ‘pensar fora da caixinha".

Objetivo de projeto voluntário é a popularização da arte em embalagens ecologicamente corretas.Os sacos de pão poéticos são entregues gratuitamente nas padarias da cidade. Desde sua criação, três edições do projeto foram realizadas, permitindo a circulação de cerca de 1 milhão de embalagens com poesias e poemas.

Além de Belo Horizonte, o projeto “Pão e Poesia, em qualquer esquina, qualquer padaria”, passou por Sabará, Minas Gerais, e por Franca, em São Paulo. A ideia, agora, é promover novas edições, de forma autossustentável.

Atualmente, o projeto Pão e Poesia não está realizando novas oficinas. Porém, os saquinhos de pão produzidos pelos alunos da última edição ainda estão em circulação. Segundo Mendonça, existem planos de promover novas turmas e expandir o projeto para algumas cidades de São Paulo e do Paraná. Além disso, ele também tem organizado outros projetos ligados à poesia, como a grafitada poética e a distribuição de poemas em praças públicas – sempre com a intenção de levar a poesia ao cotidiano das pessoas.

“O dinheiro não é o mais importante na vida, quando se tem um sonho e não dependemos (apenas) dele para mudar o mundo, como num passe de mágica”.

Em oficinas de literatura, batizadas de “momentos de sensibilização poética”, os estudantes se inspiram em artistas consagrados como Machado de Assis e Affonso Romano de Sant’Anna para produzir versos, rimas e estrofes. Os poemas extrapolaram o universo dos livros e os muros da escola 

Textos são escritos por crianças.


TV ESCOLA NA ESTRADA: ESCOLAS DE BELO HORIZONTE (MG) -- 8ª Semana de poesia 




TV Escola se dedica a falar da poesia em sua essência: os principais gêneros, a linguagem poética, poesia infantil, música e poesia, grandes poetas e os poemas que se tornaram parte do imaginário popular como “a pedra no caminho, Pasárgada, as aves que aqui gorjeiam e não gorjeiam como lá... Além dos grandes protagonistas da Semana, nossos Pequenos Leitores, Futuros Poetas, com os vídeos autorais enviados por escolas de todo o Brasil.A programação da Semana de Poesia ainda conta com reportagens feitas em escolas de todo o país, no quadro TV Escola na Estrada, além de documentários especiais, entrevistas, quiz e o Fique Sabendo, com curiosidades literárias também nos intervalos da programação.



Diovani Mendonça - mais encontrável no blog www.diovmendonca.blogspot.com, mas circulando por aí em pacotes de pão, garrafas plásticas, edições em cartaz do Mulheres Emergentes, ministrando aulas de poesia nas escolas particulares e da rede pública, dormitando sob a Árvore dos Poemas carregada de frutos-poemas.




Os poemas de Diovani Mendonça são de fácil digestão. Não são simplistas nem simplórios, são simples. Poeminhas. Não que sejam insignificantes. Isso já deu vazão há inúmeras e infrutíferas discussões. Como se poemas mínimos fossem poemas desprezíveis. (Coisa que José Paulo Paes demonstrou ser irreal quando ousava os famosos micro-poemas cômicos e irônicos, insistindo em brincar com as palavras)

Passarinho fofoqueiro
Um passarinho me contou

que a ostra é muito fechada,

que a cobra é muito enrolada,

que a arara é uma cabeça oca,

e que o leão marinho e a foca..

xô , passarinho! chega de fofoca!

Derramando a poesia para os transeuntes, para os reacionários, para os libertinos, para as donas de casa em plena padaria, para os mendigos na Praça Sete, para os beatniks no Parque na tarde de domingo, assim divulgando a PoPoesia a pulular no dia-a-dia para fora dos gabinetes, para fora das torres de marfim, para fora dos livros amontoados nas estantes (quero dizer, estantes abarrotadas de livros que não passam de objeto de decoração), para que a poesia possa sair por aí em andanças, peregrinando, gritando, ainda que seja para poucos ouvidos (pois nem todos que ouvem, entendem, sejamos óbvios)

A poesia / tem / que / ser pop / pular na panela / de pressão... / da realidade 

e conclui 

A poesia / tem / que/ ser pão / /e/ / para / todas as bocas 

Assim é que encontramos na poética de Diovani Mendonça, mineiro demasiadamente mineiro, que vive no bucolismo da vida campestre, que desliza profissionalmente no mundo virtual, que inventou & fez vicejar o Pão e Poesia (pois não só de pão viverá o homem...), um reflexo deste olhar sobre o mínimo, do flertar com o que outros fingem, nem ver, numa poesia que é feita de poeminhas-imagens, ou poeminhas-epigramas, ou longos poemas-desabafos , sempre a divulgar lirismo para todos.  
                                                                       Leonardode Magalhaens


Diovani Mendonça acredita que a popularização da poesia é o melhor caminho para difundir e formar novos públicos interessados e de fato antenados na arte poética. Para ele, a intenção é “engravidar possibilidades para que delas nasçam rebentos multiplicadores que acreditam que ‘um outro mundo é possível, quando nos unimos em torno de um ideal para o bem do coletivo e não apenas do próprio umbigo”.

LUNÁTICO 

bêbado de certezas
apaguei muitos sóis

para ver a lua
trazer de volta

minha
lucidez


SOBRE MEU PÃO DE CADA DIA

não sei 
o quê

vem a ser 
poesia

talvez 
alguém

doutro uniVERSO tempo e tamanho 
nos caiba dizer

o que ouso risco
e agora suponho

por exemplo
o que seria

dum balão
sem vento

dum dormir
sem sonho

dum pão 
sem fermento

duma lâmpada
sem energia

dum corpo
sem alma

dum acordar
sem fantasia

dum cão
sem faro

dum relâmpago
sem chispa (...)

a poesia
é cria

do invisível
e levita

no
intangível

encarna
em poucos

e raros
poemas

é das coisas
que a gente

não

apenas
sente

a força
de seu ímã

e sabe
que dela

carece
para viver



IMPOTÊNCIA POÉTICA VERBAL 

"melhor viver dez anos a mil
do que mil anos a dez"

isso pra mim não passa
de desculpa esfarrapada
dum ejaculador precoce
menino adulto bico doce

(e 'papo reto' direto ao ponto
que precisa socorro médico
não de conversa fiada
em mesa de boteco)

querendo safar-se 'animal'
malandramente com esse coice
de sua brochada fenomenal
ainda pichando a cara da gente

segue sem de fato gozar a vida
tendo tremeliques e espasmos
supondo que são tri orgasmos
currando-se sem curar sua ferida

o que escrever
o que tecer sob o som
dessa terna e eterna

canção do silêncio
a não ser
reverência


BLINDAGEM

Tudo bem... admito:
sou mesmo
orelha seca
com as palavras.
Por isso
não brigo
mais com elas
só brinco,
: bijuterias :



POP POESIA

a poesia
tem que ser pop 
p
u 
l
a 
r
na panela 
DE_PRESSÃO
da realidade

elétrica e saltitante
enlouquecer 
a métrica

ofertar-se
que nem pipoca 
em estalos na língua
e no paladar do povo

a poesia
tem 
que livrar-se
dos séculos 
de domínio dos múltiplos
t e n t á c u l o s de poucos

tem que misturar-se ao trigo
transmutar o joio 
para dar liga
na massa

ser pólen germinador
nos sulcos das digitais de todos

a poesia
tem que ser pão & 
para todas as bocas


Fonte:



Diovani Mendonça
Todos os direitos autorais reservados ao autor.

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