A importância do editor
Por Paulo Tedesco
Nesses tempos de redes
digitais interconectadas, podemos nos dar o luxo em saber se nossos textos são
lidos ou, ao menos, se estão sendo procurados. Mesmo que não tenhamos o contato
direto do leitor, através de mensagens ou comentários, muitos dos modernos
instrumentos de verificação digital nos permitem saber quais os textos mais
acessados, a origem de seus acessos, ou seja, se o leitor pesquisou por um
sítio de buscas ou se veio diretamente e através de quais palavras foi direcionado
ao texto, ou ainda de sua origem, estado e país, além de alguns dados de gênero
e idade. E falo aqui de recursos gratuitos e simples.
Comento um texto muito
procurado que publiquei em 2011: A importância do escritor. Confesso que fui
surpreendido pela renitente aparição do título nos índices de visitação de um
sítio eletrônico que não mais me pertence. Não significa que o texto tenha
agradado ou gerado maiores teses, mas sua procura, fruto de pesquisas em sítios
de busca, indicava, claramente, que havia muita gente querendo entender quem é,
e o que é ser escritor, seu papel e sua importância, e, afinal, existe o
escritor? Escritor é profissão?
Para começar a entender
sobre escritor, para desgosto de quem gosta de respostas prontas, temos a
obrigação de fazer ligação direta com o papel do editor. Os dois andam de mãos
dadas, e para citar um exemplo, o livro Novus Mundus, que deu o nome ao
continente americano e tinha como autor Américo Vespúcio, foi obra muito mais
do editor do que necessariamente do autor que assinava a obra. O fato é que
frente à grande onda dos autopublicadores, cresce proporcionalmente a
importância de estudarmos o que é ser editor, quem é o editor, e, caramba, o
que é, na prática, o tal de Publisher? E o editor de livros, o que faz no
livro? Editora serve para algo?
Uma vez que temos gente se
autoeditando mundo afora e se autopublicando com um simples PDF jogado numa
loja virtual qualquer, é preciso, antes, saber que existe o papel do editor,
que existe normatização de texto, revisões críticas, enfim, coisa muito, mas
muito maior do que uma “revisão ortográfica do word”. Se em outro artigo não
muito comentado, defendi a importância do estudo do português, nesse defendo
que devemos aprender o trabalho do editor, mesmo que minimamente. Me ponho, por
fim, a imaginar que tipo de tradução não sairia do Google “translator”, de um
texto que não passou por uma revisão editorial criteriosa. É muito provável que
o produto final, sua versão derradeira, venha a ser o oposto do que o autor
havia escrito em sua forma original. Pior não pode.
Paulo
Tedesco é escritor premiado em concursos de poesia entre os anos
de 1996 e 1998 pelas prefeituras municipais de Farroupilha e Caxias do Sul.
Residiu em Fort Lauderdale / Flórida, Estados Unidos, onde colaborou
intensamente com jornais e sítios eletrônicos da comunidade brasileira.
Atualmente participa na Oficina Literária Charles Kiefer em Porto Alegre/RS,
cidade onde exerce a profissão de consultor gráfico-editorial
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