Ale Vanzella: O criador do
Indie Bossa.
Ale Vanzella (31) é um
musico multi- instrumentista, cantor, compositor autodidata e criador da Indie
Bossa. Sua concepção musical teve inicio com o rock alternativo e sua
experiência transitou entre o indie rock e o grunge, sendo o alicerce para
compor sua indentidade e interpretar sem medo de se lançar a novos desafios.
Vamos saber um pouco sobre esse jovem talento, que nasceu em Guaporé-RS / e
mora em São Paulo-SP. Ale vai nos contar como a música entrou na sua vida, nos
dando a oportunidade de ouvir sua magnífica interpretação do que há de melhor
na música de qualidade que ele soube muito bem ressaltar na fusão desses dois
gêneros musicais que é a Bossa Nova e o Indie Rock. Resta aguardar, para que os
rumos dos bons interpretes da música de qualidade, possam conquistar seu espaço
no seu próprio país e não serem reconhecidos por seu talento apenas no
exterior.
Ale, além da carreira
brilhante na música, você tem formação universitária?
Sim, sou formado em Ciências
Contábeis e possuo duas pós graduações à nível de especialização, em
Controladoria e Direito Tributário. Também fui por três anos professor
universitário.
Você é cantor, compositor e
músico. As músicas dos seus CDs são todas da sua autoria ou grava outros
autores?
No primeiro álbum optei por
fazer todas às faixas de minha autoria, já no “Indie Bossa II” decidimos
utilizar músicas de outros autores que fazem parte da minha formação musical,
um mapa de referencias e influências que fazem parte de minha trajetória.
Você é músico
multi-instrumentista. Quais instrumentos toca?
Meu primeiro instrumento foi
bateria, depois aprendi a tocar guitarra e contrabaixo, e por último violão.
Quando descobriu que a
música era o caminho que queria seguir?
Desde que comecei a tocar
bateria, com 13 anos, já sabia que queria isso pra minha vida. Por conta de
diversos aspectos tive que deixar a música em segundo plano por alguns anos,
voltei a colocá-la como prioridade quando gravei o “Indie Bossa “, em 2011.
Quais foram suas influências
musicais?
Minhas principais
influencias são as bandas grunge e de rock alternativo dos anos 90, como
Nirvana, Alice In Chains, Foo Fighters, Pearl Jam, depois disso ouvi muito
Strokes, Interpol, Arcade Fire e de encontro à minha queda pelo rock veio João
Gilberto, que fez com que eu decidisse por esse caminho de mesclar Bossa Nova e
Indie Rock.
O início na carreira foi
cantando que estilo musical?
Principalmente rock
alternativo.
Sua irmã Michele Vanzella é
cantora também. Tem mais artistas na família?
Minha irmã é uma grande
cantora, muito do que faço hoje é por conta da inserção que ela fez da música
em minha vida. Apenas nós dois.
É a Michelle quem cuida da
sua carreira?
Sim, a Mi é minha parceira e
cuida de toda parte empresarial da minha carreira.
Você participou de concursos
ou festivais de música?
Participei de alguns
festivais de música de âmbito regional, fui premiado algumas vezes em festivais
no Rio Grande do Sul.
Porque a Bossa Nova não tem
tanto espaço na mídia brasileira como deveria?
Vivemos um momento de
valorização do entretenimento, do jingle, do refrão que gruda... Música como
“música” há tempos não tem o espaço que merece na mídia de massa. Ela ainda
está aí, tem muita gente interessante fazendo coisas novas e com qualidade, mas
tudo isso está soterrado sob uma pilha de sons descartáveis que, logicamente,
tem mais poder e interesse econômico do que artístico.
Ela é mais valorizada no
exterior?
Normalmente é.
Em 2011 você iniciou os
trabalhos para compor o album de estréia, Indie Bossa. Quem cuidou da produção?
O produtor Cláudio Girardi
foi responsável pelo “Indie Bossa” e Michele Vanzella foi Diretora Executiva.
Quais os critérios em
relação aos instrumentos usados e a mixagem?
Quis instrumentos que
soassem bem acusticamente, sem adição de elementos eletrônicos. Na mixagem
tomamos um caminho mais alternativo, optando por drive na voz e uma sonoridade
um pouco mais indie.
Onde o album foi produzido?
Rio de Janeiro.
E o lançamento?
O lançamento foi em São
Paulo, em julho de 2012.
Como foi feita a escolha das
musicas? Aliás tem até uma em japonês?
Como o “Indie Bossa” foi meu
primeiro álbum, eu tinha muitas músicas escritas, selecionamos diversas e fizemos
algumas audições para definir quais seriam incluídas no álbum. Sim, a faixa “A
Sorrir” ganhou versão em japonês e entrou como faixa bônus, “Waraou”.
Falando nisso, você já se
apresentou no Japão. Como foi sua estadia no arquipélago?
Foi ótima, uma experiência
inesquecível. Não vejo a hora de poder levar o show do “Indie Bossa II” para o
Japão.
Inclusive você fez parte de
dois documentários internacionais. Foi o único representante da música
brasileira nesse projeto?
Quando estava no Japão em
2012 participei do documentário Beyond Ipanema, falando sobre Bossa Nova do
outro lado do mundo. O outro documentário do qual participo é da FIFA, falando
sobre a Bossa num contexto histórico do Brasil. Nesse último fui o único
artista brasileiro à participar.
O album Indie Bossa foi
registrado num livro?
O estudioso de música
japonês “Willie Whopper” lançou um livro sobre Bossa Nova com histórias e
pesquisas, nesse livro elencou os 100 álbuns mais importantes do gênero e
incluiu o “Indie Bossa “nessa lista.
Com uma trajetória
fascinante na música, já recebeu algum prêmio?
Recebi alguns, dentre os
principais destaco o Prêmio Açorianos de Música e o Troféu RBS TV (Rede Globo)
Cultura.
Em que outros palcos do
mundo se apresentou?
Além do Brasil, Eua, Japão,
França e Inglaterra.
Sua irmã Michelle sempre o
acompanha nas viagens ao exterior?
Por vezes sim, por vezes
não. Tudo depende da nossa agenda, porém sempre que possível ela me acompanha.
Costumam se apresentar
juntos?
Normalmente sim, a Mi faz
participação cantando algumas músicas comigo em dueto.
Seu trabalho é interessante,
afinal suas músicas são interpretadas em português e inglês. Isso já foi
pensando numa carreira internacional?
A questão do inglês surgiu
naturalmente por conta de minhas influencias, não foi pensado especificamente
pra isso, mas com certeza ajudou.
O musico e produtor Roberto
Menescal tem um papel fundamental na sua carreira. Como se conheceram?
O apoio de Menescal,
principalmente no início, foi de extrema importância. Nos conhecemos quando
buscávamos gravadora para lançar o primeiro álbum, marcamos um encontro na
Albatroz Music, sua gravadora, e começamos uma amizade depois disso.
Como é ter o apoio de uma
pessoa tão respeitada e considerada um ícone da Bossa Nova?
Foi algo fundamental, um
aval fortíssimo de um músico e pessoa sensacional. Me deu forças para acreditar
mais ainda no trabalho e respaldo para saber que estava no caminho certo.
No Brasil você teve outro
tipo de apoio para mostrar seu trabalho?
Acredito que um grande apoio
que tivemos foi de Ronnie Von, que sempre me recebeu de portas abertas, mesmo
quando eu nunca havia feito televisão no Brasil.
Você faz um trabalho
independente ou é contratado de uma gravadora?
Tanto o primeiro álbum,
quanto o segundo foram gravados de forma independente. Com o álbum pronto
lançamos o primeiro pela Albatroz Music, de Roberto Menescal e o “Indie Bossa
II”, após gravarmos também de forma independente, lançamos pela Movin’ Up
Records / Sony Music.
No Brasil, você costuma
abrir os shows de artistas consagrados. Qual a sensação em dividir o palco com
o que há de melhor na MPB?
Realmente fiz aberturas de
grandes nomes, Toquinho, Ivan Lins, Gal Costa, João Bosco, Benito di Paula... É
uma grande responsabilidade mas também uma grande felicidade poder estar
inserido num contexto onde esses artistas circulam. Sempre aprendo muito com
essas interações.
Você está lançando seu
segundo album, o Indie Bossa II. Fale sobre esse novo trabalho e as
expectativas em relação a ele.
O “Indie Bossa II” como o
próprio nome já diz é uma continuação do trabalho desenvolvido no primeiro
álbum, porém, em termos de sonoridade e arranjos os dois álbuns são
completamente diferentes. No segundo trabalho optei por arranjos mais soturnos,
com bastante presença de violoncelos e praticamente sem parte rítmica. A
bateria é tocada com vassouras, como em um trio de jazz, não já batida
percussiva de Bossa Nova como no primeiro. Também optamos por um álbum
totalmente em inglês, com quatro faixas inéditas e oito releituras de músicas
que fazem parte da minha formação musical assim como do show. É um disco mais
denso que o primeiro, como já havia feito em “Grudge”, primeira faixa do álbum
de estreia, quis fugir da máxima que a bossa deve versar sobre coisas bonitas e
sentimentos bons. Isso está explícito nas composições e na escolha do
repertório.
Espero que esse trabalho
tenha um alcance maior que o primeiro, por isso a escolha e parceria com a
Movin’ Up Records / Sony Music. Com uma distribuição mais forte podemos chegar
à lugares que ainda não somos conhecidos e levar essa proposta de bossa
alternativa avante. Ou seja, expectativa de seguir a carreira, uma etapa por
vez, e recém iniciamos a segunda.
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