Elisete Retter: A alegria e
o talento em Israel
Elisete Retter é uma baiana
arretada que nasceu em Salvador, mas cresceu no Rio de Janeiro. Vocês vão ter a
oportunidade de conhecer essa artista incrível, versátil, talentosa,
descontraída, dona de um sorriso gostoso de quem parece estar de bem com a vida
e com o universo. Elisete é casada, tem 2 filhas e um Menino (não é filho não,
mas um cachorro que atende por esse nome. rs) Mora em Israel, fala nada menos
que 7 línguas e além de divulgar a
música brasileira, é também uma representante da música hebraica, idioma que
domina muito bem. Essa bairoca (é assim que ela se define), se considera mais
carioca que baiana, é dona de uma personalidade marcante, seja nas suas
atitudes ou na sua maneira de se vestir que é bem extravagante (rs). Quando
perguntei sua idade, ela respondeu que tinha 107 anos, porque é assim que se
sente. Então vamos saber um pouco mais sobre essa jovem de 107 anos. rs
Elisete, você é uma pessoa
alegre e descontraída. Foi sempre assim?
Acho que desde sempre fui
uma pessoa muita dada. Quando vivia no Brasil, era sempre muito amorosa com
todos. O amor, para mim e a força que me move em tudo o que eu faço, e o
respeito pelo meu próximo, também.
Você tem um visual meio
extravagante para uma pessoa que vive no Oriente Médio, onde é considerado um
país com uma cultura rígida. As pessoas não estranham sua maneira de se vestir?
Israel não e como os países
Árabes. Aqui e bastante moderno, como o Brasil, Europa ou Estados Unidos. Em
Tel Aviv, as pessoas tem a mente mais aberta. Tel Aviv é como Berlim, para os
Alemães.
Quando resolveu se mudar
para Israel, e o que te levou a tomar essa decisão?
Sempre fui muito cigana,
nunca gostei de ficar num só lugar. E quando tive a oportunidade de vir para
Israel, quis apostar, gostei e fiquei. Amo Israel, a minha terra adotiva, mas
nunca me esqueço do Brasil que levo sempre no coração. Me defino como uma
embaixadora dupla para o Brasil e para Israel.
Como foi a reação da sua
família diante da sua escolha em viver no Oriente Médio?
A minha mãe, já havia falecido,
pouco tempo antes de eu vir para Israel, assim que sem o pilar materno, foi
mais fácil para mim tomar a decisão de vir para Israel. A minha família, teve
receios, mas acabaram aceitando.
Costuma ir ao Brasil com
frequência?
Vou ao Brasil sempre que posso.
A ultima vez que estive por la foi em 2012, antes da copa.
O que mais sente falta do
Brasil?
Das pessoas. Do calor
humano. Das comidas. Da musica. Das paisagens. E tanta coisa junta que não da
para definir em uma palavra só.
Quando iniciou na carreira
artística ?
Em 2003, mas antes de ser
cantora eu fui professora de dança brasileira para crianças e através dessas
crianças, comecei a minha carreira musical. Elas sempre me pediam para traduzir
a letra das canções que dançávamos em Português. Um dia eu resolvi gravar uma
canção em Hebraico para as crianças que eu ensinava e assim tudo começou…
Tem alguém na família que é
artista?
Meu irmão e desenhista e
trabalha com moda. Minha filha menor estuda musica e já canta em eventos da
escola.
Sabemos dos conflitos que
ocorrem no Oriente Médio. Isso não te assusta?
No começo sim, bastante, mas
depois, infelizmente me acostumei. É terrível, mas é assim, o ser-humano tem
essa capacidade de se adaptar a qualquer situação. Por incrível que pareça, me
sinto mais segura em Israel do que no Rio de Janeiro. Aqui não temos roubos e o
terrorismo não é coisa que acontece todos os dias como os assaltos no Brasil.
Quais foram as maiores
dificuldades que encontrou ao se fixar no país?
No começo, a língua, mas
isso eu superei rapidamente. Falo sete línguas e tenho facilidade de aprender
idiomas. Outro fato que foi difícil no começo foi me adaptar a mentalidade do
Israelense. Quem não conhece pensa que são rudes, mas por debaixo do espinho,
há muitas pérolas. Gente muito boa.
O que te fascina nesse povo?
A capacidade de viver no presente.
Talvez por todos os problemas, eles vivem mais no hoje do que no amanhã.
Quais os lugares que
conheceu e considera os mais bonitos?
Israel toda e belíssima.
Gosto muito de Tel Aviv, onde sem exagero conheço quase todo o mundo. Quando o
Rodrigo Faro me entrevistou em Jerusalém, ele ficou bem surpreso de como as
pessoas me conhecem e da facilidade que tenho em me comunicar com todos, seja
quem for. Jerusalém é belíssima, Eilat então nem se fala…
Como é viver num país com
uma cultura tão rica e que faz parte de uma das mais belas historias do mundo?
Ah, eu adoro. Todos os dias
aprendo uma coisa diferente. Adoro aprender coisas novas o tempo todo. Israel
me da essa oportunidade de aprendizado continuo.
No Japão temos o sushi, na
Espanha a paella, na Alemanha o
chucrute, na Itália as massas e no Brasil a feijoada. Qual a especialidade
culinária do país?
Aqui temos o Humus e o
falafel. O Falafel se assemelha ao acarajé, só que sem o camarão e o vatapá. O
humus e a pita são realmente muito gostosos. Me viciei nesses pratos.
A culinária deles deve ser
muito interessante. Já comeu algo exótico que jamais provaria novamente?
Na verdade não gosto de
Chamim (Que se pronuncia Ramim), é o prato tradicional do Shabbat, mas eu não
gosto…
Perante o mundo, eles são
considerados um povo com uma cultura e leis muita rígidas. Qual sua visão sobre
isso, morando tanto tempo no país?
Acho que a mídia distorce
muito a realidade dos fatos. Acho que todos que querem conhecer melhor sobre
esse tema, deveriam vir passar um tempo por aqui, para melhor formular um ponto
de vista. Por exemplo, tenho um amigo Italiano que conheci, quando dei uma
palestra (em italiano) sobre Israel e a minha musica, na universidade de Torino
na Itália. No começo ele ouvia muita propaganda anti-Israel, mas depois da minha
palestra, ele resolver vir aqui e ver com seus próprios olhos o que acontece
por aqui. Resultado, ele veio e se apaixonou por Israel e sonha em emigrar da Itália para viver em Tel Aviv…
Você atua em relações
públicas. Qual sua participação nesse setor?
Minha participação nesse
tópico é não-oficial. Faço isso porque amo Israel, assim como amo o Brasil.
Embaixadora dupla é como eu me sinto.
Além do hebraico, quais os
outros idiomas que você fala?
Falo sete idiomas: todas as
línguas Latinas, o Hebraico, o Inglês e o Russo. Este ultimo é o idioma da
minha alma. Adoro falar e cantar em Russo.
Quando o apresentador
Rodrigo Faro visitou Israel, você participou do programa. Ele é toda aquela
simpatia que vemos na tv?
Ele é tudo isso e muito
mais. Uma pessoa deveras maravilhosa!
Gostaria que nos contasse
sobre uma das suas músicas, que foi usada para representar Israel no esporte...
A minha canção Capoeira, já
foi usada para representar a Capoeira feita pelos Judeus Ortodoxos em Israel.
Esse video foi usado para representar Israel no mundo.
Como define seu público em
Israel?
Um publico que aprecia a boa
musica. Desde os jovens até os anciões. Gente que gosta de boa musica e de boas
vibrações.
Onde costuma se apresentar?
Em eventos abertos ao
publico e eventos privados como o que fiz hoje em Jerusalém. Me apresentei para
o presidente da câmara dos deputados, o Sr. Eduardo Cunha, no hotel Waldorf
Astoria. Esse evento foi planejado pela Knesset de Israel, cujo presidente e o
Sr. Yuli Edelstein.
Qual o estilo musical que
eles mais apreciam?
O Israelense gosta muito do
Brasil. Eles gostam muito da bossa-nova, do samba e dos ritmos da Bahia.
As suas músicas são gravadas
em que idioma?
Eu componho as minhas
canções nos idiomas que falo. No meu ultimo CD 'Simplesmente Elisete' que saiu
em 2014 canto em 4 línguas, todas as canções são de minha autoria.
Tem um estilo musical
definido?
Sou muito eclética, assim
mais ou menos como a Marisa Monte que pode cantar uma canção pop, rock ou samba
de raiz.
Você deve se apresentar com
uma banda, eles são músicos brasileiros ou israelenses?
A minha banda e composta de
6 musicos, todos Israelenses e todos amam o Brasil.
Quantos CDs gravados e qual
foi o primeiro?
Tenho 5 CDs lançados. O
primeiro se chama 'Luar e café' e saiu em 2004.
Além de cantora, é também
compositora. As músicas do CD são todas composições suas?
99% das vezes sim, mas
pouquíssimas vezes faço alguma adaptação de canções da MPB como fiz com a
canção 'Samba Ahava' (Samba e amor de Chico Buarque de Holanda) e a canção
'Moshico' (Berreco) do Claudinho e Buchecha.
Tem uma de suas músicas, que
virou tema de filme?
Sim. Em 2006 duas canções
que escrevi em parceria com o produtor musical Ran Shani, entraram na trilha
Sonora do filme Israelense 'Ha Buah' (A Bolha).
Seu trabalho é elogiado
tanto pela critica local, como a internacional.
Quais os países onde se apresentou?
Já me apresentei em alguns
lugares do mundo, como Estados Unidos, Itália, Alemanha, Rússia, Ucrânia,
Lituânia, entre outros.
Elisete, você faz parcerias
com vários artistas estrangeiros, inclusive uma das suas músicas ganhou como a
melhor canção na Itália?
A canção 'Sei que você será'
ganhou o titulo de melhor canção num site Italiano. Colaboro muito com Djs
internacionais, inclusive no Brasil.
O vídeo Andando por Tel aviv
fez muito sucesso no yotube alemão. Como
surge essas parcerias com profissionais
de outros países?
Geralmente, conheço esses
músicos através das redes sociais. Como sou uma pessoa muito sociável é fácil
para mim fazer novos amigos e parcerias musicais.
Tem um canal no Brasil, onde
você mostra seu trabalho?
Geralmente os brasileiros me
conhecem através do Youtube e do Facebook. Faço parte de um programa na Itália
que se chama 'Salotto Feel the 90' que sai na TV nacional Italiana e também na
radio e no Youtube.
Já se apresentou no Brasil?
Ainda não me apresentei no
Brasil, mas tenho esse sonho de fazer um show bem bonito para o meu povo
brasileiro. Outro sonho que tenho é o de me apresentar no Jô Soares. Não sei
porque, mas quero muito fazer uma apresentação no programa do Jô.
Pretende retornar ao seu
país de origem?
Pra viver acho que não, pois
a minha vida já esta bastante enraizada em Israel. Tenho família, filhos, e
assim fica mais difícil.
Sendo tão versátil e
dinâmica, o que podemos esperar de novidades da Elisete Retter em relação a
projetos novos?
Vocês podem sempre esperar
de mim alguma novidade. Como disse antes, sou cigana, sou ecléltica, gosto de
novidade e de alegria. Criatividade faz parte do meu sobrenome…
Terminamos por aqui.
Obrigada.
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Cleo Oshiro,mineira mas viveu a maior parte da sua vida em São Paulo até se mudar
para o Japão em 2002. Colunista Social no Japão, EUA e Suíça.Seu trabalho é divulgado em vários países no exterior onde existem
comunidades brasileira.
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