“olha nos meus olhos e diz pra mim...” [daufen bach.]
olha nos meus olhos e diz pra mim,
que não percebes mais, neles, olhar sem fim.
que não vês além da retina intumescida
o brilho incontido de uma paz atrevida
que te confunde e te envolve em lençóis de cetim.
olha nos meus olhos e diz pra mim,
que minha boca de palavras soltas
não serve mais de ninho.
que meus lábios de pecado
não te dão mais carinho
e que não te perturba mais a minha mão
a passear teu corpo em desalinho.
olha nos meus olhos e diz para mim,
que as minhas mãos a levantar os cabelos
e, cheias de zelo, descer tuas costas
_____________e invadir teu vestido,
não te provocam mais arrepios...
que és indiferente ao toque ardente
_______________dos meus dedos.
olha nos meus olhos e diz pra mim,
que na cama, aquelas volúpias esmas,
ensimesmadas, perdidas a meia luz do abajur
_______________________________aceso,
não molham mais tuas coxas
e, teus gemidos e teus desejos,
não revelam mais os gritos e prazer de tua alma.
diz pra mim,
porque se for assim,
esconda os teus olhos e não mire mais os meus!
saia devagarzinho e deixe-me sozinho,
para que meus olhos não se encham de mar com
______________________________o teu adeus.
[daufen bach.]
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