Cinco segredos de Petra
A cidade de pedra na Jordânia atrai turistas e pesquisadores. Depois de séculos, o lendário local ainda guarda muitos mistérios.
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, Petra, apesar de mundialmente conhecida, ainda guarda muitos segredos. Arqueólogos e pesquisadores de várias disciplinas trabalham até hoje tentando desvendar os mistérios da antiga cidade de pedra, localizada na Jordânia.
Confira cinco curiosidades sobre Petra, que é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno:
1. Petra era verde
Fontes antigas descrevem Petra como uma cidade verde e sem qualquer escassez de água. E isso, apesar de Petra já estar localizada no meio do deserto em seus tempos áureos (aproximadamente de 200 a.C. bis 100 d.C.). Um sistema engenhoso foi desenvolvido para abastecer a cidade de cerca de 260 quilômetros quadrados com as poucas reservas de água disponíveis.
Essa gestão de recursos hídricos poderia esconder conhecimentos importantes para os dias atuais, pois muitas regiões do mundo devem enfrentar no futuro seca e escassez de água. Atualmente, uma equipe de especialistas da Universidade Cottbus-Seftenberg pesquisa o desenvolvimento urbano de Petra. Os pesquisadores encontraram recentemente um grande reservatório de água, que, entre outros, alimentou uma cisterna bem preservada.
2. Petra é mais do que um mausoléu esculpido na rocha
Petra estava localizada num cruzamento de várias rotas de caravanas, que ligam a Síria e o sul da Arábia com o Mar Mediterrâneo. Os nabateus eram um povo nômade até se estabeleceram no século 3 a.C. na região da cidade. Devido aos seus monumentais templos funerários esculpidos direto na rocha, a cidade no sul da Jordânia é única e, desde 1985, a Unesco a classifica como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Ao contrário das famosas fachadas esculpidas em Petra, cujas mais conhecidas são o desfiladeiro de Siq e Al Khazneh – a Casa do Tesouro, uma grande parte da arquitetura do centro da cidade ainda não foi minuciosamente estudada. Mas isso deve mudar em breve. Desde março, uma equipe da Universidade Cottbus-Seftenberg realiza medições no sudoeste de Petra. Também é recomendado a turistas passar mais de um dia no local.
3. O europeu que voltou a colocar Petra no mapa
Após mais de 1.200 anos se pensando que a lendária cidade oásis havia se perdido, o viajante da suíço Johann Ludwig Burckhardt (conhecido internacionalmente como John Lewis) se deparou com as ruínas da cidade rochosa em 1812 no seu caminho de Damasco para o Cairo. Com base em fontes, ele tentava encontrar Petra, causando desconfiança entre os habitantes locais.
Sob o pretexto de ter feito uma promessa de sacrificar uma cabra no túmulo de Aaron, localizado a quatro quilômetros de Petra, Burckhardt finalmente conseguiu fazer uma excursão de vários dias nas ruínas. Seus relatos de viagem foram publicados entre 1819 e 1831 em inglês pela Associação Africana britânica.
Mais de 100 anos depois, Thomas Edward Lawrence (mais conhecido como Lawrence da Arábia) escreveu em Os Sete Pilares da Sabedoria: "Petra é o lugar mais magnífico do mundo". A exploração arqueológica das ruínas começou na década de 1920 e segue até hoje.
4. Mais maldição do que bênção?
Também conhecida como cidade dos mortos, Petra abriu rapidamente as portas para o turismo. A atividade, porém, acabou se tornando um problema desde que se aproxima da marca de um milhão de visitantes por ano. O local está na lista de patrimônios mundiais em perigo, da World Monument Fund (WMF), uma organização que trabalha para preservar sítios e monumentos culturais importantes.
5. Mistério do nome
A propósito, Petra é a denominação grega para a cidade rochosa. Os nabateus, certamente, a chamam de outra maneira: um testemunho indica para o nome de Rakmu (colorido, vermelho). No Antigo Testamento, ela é chamada de Sela (penhasco, rocha). Seu verdadeiro nome até hoje não foi esclarecido sem margem de dúvidas. Assim, a cidade de pedra mantém em seu próprio nome alguns mistérios.
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