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"UM CRIME PELA LIBERDADE"/"A CRIME FOR FREEDOM". UM CONTO BILÍNGUE DE CECILIA B. SILVEIRA-MARROQUIN

Imagem colhida na internet

UM CRIME PELA LIBERDADE
Por Cecilia B. Silveira-Marroquin

“A Liberdade de um Ser Humano não é a sua mera prisão no desejo de ser livre!”

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             - Sai da minha frente ... sua Vadia!

Girando nos calcanhares, Sameria cobriu a cabeça e o rosto com os braços, protegendo-os contra os tapas e socos. Sua falecida tia-avó, Elvira, costumava dizer que "o rosto é o espelho da alma." Que pensamento estranho para ter naquele momento! Sameria precisava manter seu rosto bonito e cândido - ela pensava que, desta forma, ninguém jamais saberia o que realmente estava acontecendo com o seu rosto – com a sua alma – por trás de portas fechadas.

Richard tinha piorado muito depois de ter sido demitido, outra vez, no mês passado de seu emprego como segurança. Era o terceiro emprego este ano e, devido ao seu constante estado de intoxicação, era dispensado. A família estava de volta na assistência pública e ele estava bebendo e cheirando o dinheiro do aluguel ... outra vez!

De alguma forma ele conseguia fazer que tudo parecesse culpa de Sameria - e a fazia pagar por isso. Mas, pelo menos hoje em dia não era tão ruim assim. Nas quatro vezes que esteve grávida, foi obrigada a deixar seu rosto exposto aos golpes e usar os braços para proteger aquela vida preciosa crescendo dentro dela. E sempre conseguia, mesmo naquela noite horrível - terceira gravidez, sétimo mês -, quando Richard voltou para casa tão bêbado e chapado que tentou chutá-la no estômago. Ela abraçou a barriga e - graças a Deus - os pontapés pegaram nas suas coxas. 

Dois dias depois teve que explicar à enfermeira-parteira, durante sua visita mensal, por que estava com hematomas horríveis logo abaixo do quadril. Ela mentiu, como sempre, dizendo que tinha caído da cama. A enfermeira-parteira fingiu acreditar. E por que não? Sameria sempre tinha uma boa história. Como aquela vez que entrou na clinica com um olho roxo, durante o segundo trimestre da última gravidez, e inventou que tinha tentado consertar um vazamento debaixo da pia e, acidentalmente, bateu o rosto na tubulação defeituosa. Essa foi realmente muito boa e sempre a fazia até sorrir. Sameria não era uma pessoa com facilidades mecânicas e não conseguia consertar nada - muito menos um cano quebrado, mas sua vida e a vida de suas crianças, dependiam de suas mentiras. Richard havia dito muitas vezes que, se ela se atrevesse a se queixar, ele mataria à todos, deixando-a por último, antes de se deixar ser preso.

Sons de choros abafados a trouxeram de volta dos devaneios nostálgicos habituais, onde ela se refugiava, quando estava sendo barbaramente espancada pelo marido inebriado - "as crianças acordaram ... ah ... não!" Sameria correu para o quarto, mas chegou mais rápido do que tinha planejado. Um pontapé nas costas a jogou diretamente contra a porta do quarto, com o rosto e as palmas das mãos achatadas contra ela. As crianças gritaram mais alto. Sameria se virou e encarou o monstro - ela não tinha escolha – com a parte inferior das suas costas pulsando em dor agonizante. Olhando para aqueles olhos vermelhos enlouquecidos, injetados com álcool e sabe Deus mais o quê, ela implorou: 

             Richard, por favor, poupe as crianças ... me deixa ir vê-los ... 

Respirando pesadamente, o fedor de cerveja podre emanando da sua boca entreaberta escorrendo de baba, ele gritou em voz arrastada e rouca:

             - Eu te odeio ... Puta ... Você engravida como uma coelha e eu tenho que sustentar os seus malditos coelhinhos!

Sameria não podia acreditar que este era o homem bonito, alegre, divertido, carinhoso, cheio de vida, por quem ela tinha se apaixonado apenas sete anos atrás.

Richard deu alguns passos incertos em direção à sala e caiu pesadamente de cara no velho e rasgado sofá. Tremendo, Sameria entrou no quarto onde três crianças - o mais velho com apenas cinco anos de idade - levantaram seus bracinhos implorando segurança e proteção. No berço, Nena chorava. Sameria ajoelhou-se sobre o velho colchão, tamanho king no chão, que ela compartilhava com seus três filhos mais velhos, e os acolheu em seus braços. Desde sua última gravidez, Richard havia se mudado permanentemente para o sofá da sala. Sameria não teve absolutamente nenhuma objeção. Ah, mas naquele momento, como ela desejava ter três braços, para que pudesse abraçar seus três filhos mais velhos de uma só vez. Lily, com dois anos, sentou-se no colo da mãe mexendo desesperadamente seu pequeno corpo, exigindo um abraço – tudo que Sameria podia fazer, era cobrir com beijos aquele rostinho molhado e vermelho, enquanto segurava os dois meninos mais velhos. 

Em meio aos gritos da neném, ela pensou ouvir o som de Richard vomitando no tapete da sala ... outra vez! Gentilmente, ela libertou-se dos abraços desesperados das crianças e sussurrou: 

             - Eu só vou pegar a bebê ...

Levantou-se e foi até o berço, sentindo pequenas mãos agarrando seus tornozelos. Pegou Nena no colo e sentou-se no colchão novamente. Finalmente sentindo a segurança dos braços da mãe, Nena se acalmou e começou lentamente a mamar. Lily pulou no colo da mãe esmagando sua irmãzinha contra o seio nu - Sameria gemeu de dor. Leo, pequenino para seus quatro anos, agarrou o seu outro braço e se envolveu nele. Johnny perguntou: 

             - Mamãe, o Papai está doente de novo?

Sendo o mais velho, Johnny estava conformado com o fato de que sempre haveria muito pouco espaço para ele no colo materno. O coração de Sameria quebrou olhando para o seu lindo primogênito e tudo o que podia dizer era: 

           - Sim, Johnny...  sinto muito, querido! Eu te amo, eu te amo tanto ... Eu sinto muito ...

Sameria não estava nem certa do que ela estava se desculpando – se era pela mais recente bebedeira do marido ou por ela não ser capaz de abraçar Johnny junto ao seu coração com os dois braços e fazê-lo sentir-se seguro. Tanta culpa ela sentia .... Ah, por que não ela podia ter nascido com quatro braços?

Os sons de ânsia de vômito continuaram, misturados com o tilintar de vidro quebrado - provavelmente uma luminária desta vez ou apenas uma outra garrafa de cerveja. Nestes dias, de qualquer maneira, não haviam mais muitos itens intactos na casa, devido as farras, cada vez mais frequentes, de Richard. Da sala veio um uivo que sequer parecia humano. As crianças se assustaram. Sameria estremeceu, fazendo Nena perder o bico do peito e chorar. Leo sussurrou:

           - Mamãe, por que Papai fica tão zangado quando ele está doente?

Tentando manter-se calma, Sameria respondeu:

           - Eu não sei, filho, às vezes as coisas simplesmente acontecem assim.

Naquele momento, vendo seus filhos tão magoados e assustados, Sameria soube em seu coração, que havia atingido o seu limite. Ela sabia que, apesar de saber que Richard iria pedir desculpas e tentar ser um bom marido e bom pai, pelo menos nos próximos dias, ela tinha chegado ao ponto de não retorno - ela simplesmente não aguentava mais.

Um estrondo na porta do quarto a trouxe de volta de seu devaneio, ao seu pesadelo desperto. As crianças choramingaram. Richard estava gritando:

           - Ei, o que é isso? Uma reunião de família, porra? Eu quero brincar com os meus filhos também ... Abre a porta, Vadia!

Sameria conseguiu falar com uma voz um tanto calma, mas engasgada:

               - Eles estão quase dormindo Richard, você pode brincar com eles amanhã, ok?

Sameria pôs um dedo sobre os lábios, implorando para as crianças ficarem quietas e botou o bico do peito na boca de Nena outra vez. Milagrosamente, Richard se afastou murmurando imprecações. A porta do banheiro bateu fazendo tremer a casinha modesta, como em um terremoto – e depois, silêncio.

Demorou mais de uma hora para as crianças finalmente se acalmarem e adormecerem. Sameria, movendo-se com muito cuidado, levantou-se e colocou um grande cobertor sobre eles. "Meus pobres anjinhos ...", pensou ela, "eles merecem muito mais do que isto ...". Silenciosamente, Sameria saiu na ponta dos pés para fora do quarto. No banheiro, encontrou Richard dentro da banheira com as roupas cobertas de vômito, roncando alto. Sameria notou que ele havia colocado a tampa no ralo da banheira, aparentemente com a intenção de tomar um banho, mas nem sequer conseguiu tirar as roupas e sapatos, antes de perder a consciência.

Sameria virou-se para o espelho e vendo sua imagem com o rosto todo machucado, sentiu uma estranha frieza e calma tomarem conta dela:

           - E se eu ...

Ela hesitou, mas por apenas um segundo - era agora ou nunca! Com o coração aos pulos, ela foi até a banheira e com as mãos trêmulas, cuidadosamente, ligou as torneiras. Richard resmungou alguma coisa e continuou a roncar. Neste momento ele estava desmaiado e ela sabia muito bem, mas ainda assim pensou:

           - Oh, Deus ... por favor, não deixe ele acordar...

Cautelosamente saiu do banheiro, fechando a porta atrás dela. Voltou para o quarto e se deitou entre seus quatro filhos – dormir, nem pensar ...

***

Na manhã seguinte, cedo, Sameria foi sacudida de uma espécie de torpor, com as crianças gritando:

           - Mamãe! Mamãe! O chão está cheio d’água e os brinquedos estão flutuando!"

Sameria se levantou e falando suavemente, tranquilizou-os:

           - Ok, fiquem na cama. Não deixem este quarto até que eu volte. Tudo vai ficar bem!

***

Explicar para os policiais como ela tinha acordado e encontrado seu marido bêbado e drogado, afogado na banheira, foi muito fácil. Por que eles ainda questionariam a razão pela qual Richard teria decidido tomar banho vestido com roupas sujas e de sapatos? Quem sabe o porquê bêbados e drogados fazem o que fazem? O Departamento de Polícia, no final daquela tarde, até mesmo enviou um  grupo especializado em limpar cenas de crimes, para ajudar a colocar sua casa em ordem. O simpático casal jovem que morava na casa ao lado e que sempre ouviam Richard durante seus escândalos, vieram e levaram Johnny, Leo e Lily para passar o dia no parque. 

Os excessos frequentes de Richard eram tão bem conhecidos no bairro, como nas delegacias locais, que ninguém se surpreendeu com nada. E Sameria pensou que disfarçava tudo tão bem, escondendo a tragédia de sua vida por trás de seu rosto bonito – mesmo quando muito machucado. 

Naquela noite, Sameria finalmente dormiu como ela não dormia há muito tempo e sonhou com uma bela cachoeira.

No dia seguinte, Sameria e suas crianças fizeram uma longa caminhada pela praia. Com sorrisos nos lábios, Leo e Johnny caminhavam ao lado dela segurando o carrinho de bebê. Sentada nele, Lily ria e acenava para os poucos transeuntes. Na mochila para bebês, Nena segurava firmemente os longos cachos de sua mãe, como rédeas. Sameria respirava fundo e sentia a brisa fresca do oceano. Ela olhou para o céu azul e para o caminho dourado que os raios de sol deixavam na água. Ela não estava orgulhosa - algum dia provavelmente iria encontrar uma maneira de lidar com sua consciência e, talvez, até mesmo contar aos seus filhos toda a verdade. Talvez em um futuro muito distante, quando seus filhos estiverem crescidos e antes que ela morra de velhice... Talvez! Mas por agora, ela estava em paz!

Para sua grande surpresa, as crianças ainda não tinham perguntado pelo pai. Na verdade, eles não estavam fazendo pergunta nenhuma. De alguma forma, na sabedoria inocente que as crianças possuem, elas sentiam que nem eles nem a sua amada mãe estavam mais em perigo e que as respostas podiam esperar. De alguma forma, eles podiam sentir que eles estavam finalmente livres!
    
    

Salve Vidas!!! Denuncie a ‘Violência Doméstica’ as autoridades locais!!!

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A CRIME FOR FREEDOM
By Cecilia B. Silveira-Marroquin


“The Freedom of a Human Being is not a mere prison in the desire of being free!”

           "Get out of my sight….you Bitch!"

Turning on her heels, Sameria covered her head and face with her arms protecting them against the slaps and punches. Her late great-aunt Elvira used to say that “one’s face is the mirror of one’s soul.” What a strange thought to have at that moment! Sameria needed to keep her face pretty and candid – she thought that this way, no one would ever know what was really happening to her face - to her soul - behind closed doors.

Richard had gotten worse after he was fired, again, last month. This time he had been a security guard – his third job this year, due to his constant inebriated state. The family was back on public assistance and he was drinking and snorting up the rent money…. again.

Somehow he managed to make it all to be Sameria’s fault – and made her pay for it. But at least nowadays it was not so bad. The four times she had been pregnant, she had to leave her face exposed to the blows and use her arms to protect that precious little life growing inside her. She always succeeded, even on that horrible night – second pregnancy, 7th month- when Richard came home so drunk and stoned that he tried to kick her on the stomach. She hugged her belly and … thank God … the kicks landed on her thighs. Two days later, she had to explain to the nurse-midwife at her monthly check-up, why she had horrible bruises just below her hip. She lied, as usual, saying she had fallen off the bed. The nurse-midwife pretended to believe her. Why wouldn’t she? Sameria always had a good story. Like the time she came in, during the second trimester of her last pregnancy, with a black eye and told them she was trying to fix a leak under the sink and accidentally bumped her face on the defective pipe. That was actually a pretty good one and always made her chuckle. Sameria was not a mechanical person and could not fix anything around the house - let alone a broken pipe. But her life and her children’s depended on her lies. Richard had said many times that if she ever reported him, he would kill them all, leaving her for last, all before allowing himself to be caught.

A sound of muffled cries brought her back from the usual numb nostalgia where she took refuge, when she was being savagely beaten by her intoxicated husband - “the kids woke up… oh…no!” Sameria ran to the bedroom but arrived even faster than she had planned. A kick on her back threw her right on the bedroom door, with her face and palms flattened against it. The children screamed louder. Sameria turned and faced the monster – she had no choice - the small of her back pulsating in agonizing pain. Looking into those crazed red eyes, injected with alcohol and God knows what else, she pleaded: 

         "Richard….please…spare the children….let me go to them"….

Breathing heavily, the stench of rotten beer emanating from his drooling half-opened mouth, he yelled in a slurred and hoarse voice: 

        "I hate you, Whore … you breed like a rabbit and I have to support all your fucking bunnies!” 

Sameria could not believe this was the joyful, fun-loving, full-of-life, tender, handsome man she had fallen in love with, only seven years ago.

Richard took a few uncertain steps toward the living room and fell heavily on the old and thorn couch, face down. A shaken Sameria entered the bedroom where three little ones - the oldest being only five - lifted their tiny arms begging for safety and protection. In the crib, baby Nena wailed. Sameria knelt down on the king size mattress on the floor, she shared with her three older children and took them in her arms. Ever since her last pregnancy, Richard had moved permanently to the living room couch. Sameria had absolutely no objections. Oh … but right how she wished she had three arms so she could hold her three older children all at once. Two-year-old Lily sat on her lap desperately wiggling her small body demanding an embrace – all Sameria could do was cover her red wet little face with kisses, while holding the two older boys. On her ears, amidst the baby’s screams, she thought she could hear the sounds of Richard vomiting on the living room carpet….again. Gently she freed herself from the children’s desperate grasp, got up, and whispered: 
        
         “I am just getting the baby…” 

She walked to the crib feeling little hands grabbing her ankles. She picked up Nena and sat on the mattress again. Finally feeling the safety of her mother’s arms, Nena quieted down and slowly started nursing. Lily jumped on her mother’s lap squishing her baby sister against her mother’s bare breast – Sameria moaned in pain. Small for his age, four-year-old Leo grabbed her other arm wrapping it around himself. Johnny asked: 
 
        “Momma, is Papa sick again?” 

Being the oldest, Johnny had become resigned to the fact that there would always be very little room for him to cuddle with his mother. Sameria’s heart broke while looking at her handsome little boy and all she could say was: 

     “Yes, Johnny…I am so sorry, honey…I love you, I love you so much…I am so very sorry...”

Sameria was not even sure what she was apologizing for – was it for her husband’s latest binge or for her not being able to hold Johnny to her heart with both arms and make him feel safe? So much guilt she felt…. Oh why couldn’t she have been born with four arms?

The retching sounds continued, mingled with the tinkle of broken glass in the living room – probably a lamp this time or just another beer bottle. There were not many more breakable items left intact in the house these days anyway, as Richard’s binges occurred more and more often. From the living room came out a howl that did not even sound human. The children gasped. Sameria jumped, causing Nena to lose her nipple and cry. Leo whispered:

        “Momma, why does Papa get so mad when he is sick?” 

Trying to hold herself together, Sameria responded:

         “I don’t know, son, sometimes it just turns out that way.”

At that moment, seeing her children so hurt and frightened, Sameria knew in her heart she had reached her limit. She knew that even though Richard would apologize and try his best to be a good husband and father for at least the next few days, she knew she had reached a point of no return – she just could not take it anymore.

A loud bang on the door brought her back from her daydream – or awaken nightmare. The children whimpered. Richard was yelling:

        “Hey….what is that? A fucking family reunion? I want to play with my kids too.... open up … Bitch!” 

Sameria managed to speak in a somewhat composed but choked voice: 

        “They are almost asleep, Richard, you can play with them tomorrow, okay?” 

Sameria held one finger over her lips begging the children to be quiet and stuffed Nena’s mouth with her nipple again. Miraculously, Richard walked away mumbling imprecations. The bathroom door slammed making the modest cottage shake, as if in an earthquake – then silence.

It took over an hour for the children to finally calm down and fall asleep. Sameria, moving very carefully, got up and put a big blanket over them. “My poor little angels…” she thought, “they deserve a lot better than this…” Quietly, Sameria tiptoed out of the bedroom. In the bathroom, she found Richard inside the bathtub in his vomit-laced clothes, snoring loudly. Sameria noticed he had placed the stopper in the bathtub drain, apparently with the intention of taking a bath, but he did not even manage to take his clothes or even his shoes off, before passing out.

Sameria turned to the mirror and looked at her badly bruised self feeling a strange coldness and calmness taking over her. 

        “What if I…?” 

She hesitated but for only one second – it was now or never! With a thumping heart, she walked over to the bathtub and, with a shaking hand, slowly turned the faucets on. Richard mumbled something and went on snoring – at this stage he was pretty much out, she knew it only too well…but still… “oh, God…please do not let him wake up.” Sameria quietly walked out of the bathroom, closing the door behind her. She went back in the bedroom and lay down among the four children – sleeping was out of the question…

***

Sameria was shaken from a sort of daze early the next morning, startled by the children yelling: 

        “Momma … Momma … there is water all over the floor and the toys are floating.”

Sameria got up, speaking softly … reassuringly: 

        “Okay, just get back in bed. Don’t leave this room until I return. Everything is going to be all right!”

***

Explaining to the police officers how she had awoken to find her drunk and drugged-out husband, drowned in the bathtub was a piece of cake. Why would they even question why Richard had decided to take a bath with his filthy clothes and shoes on? Who knows why drunks and druggies do what they do? The Police Department even sent a “crime scene clean up crew” to help put her house back together later that afternoon. The nice young couple next door, who had always heard Richard during his binges, came and took Johnny, Leo, and Lily to the park for the day. Richard’s frequent excesses were as well known in the neighborhood as at the local law enforcement agencies. Nothing was a surprise to anybody. And Sameria thought she had done such a good job hiding her life’s tragedy, behind her pretty face – even when badly wounded. That night, Sameria finally slept like she hadn’t in a long time and dreamt of a beautiful waterfall.

The next day, Sameria and the children took a long stroll by the beach. With a smile on their faces, Leo and Johnny walked alongside their mother holding on to the stroller. Sitting in it, Lily giggled and waved at the few passers-by. In the baby backpack, Nena held firmly to her mother’s long curls like reins. Sameria took deep breaths and smelled the fresh ocean breeze. She looked up to the blue sky and then at the golden path the sun rays left on the ocean water. She was not proud – some day she would probably find a way of dealing with her conscience and maybe even telling her children the whole truth. Maybe in a very far future, when the children are well into adulthood, and before she dies of old age. Maybe! But for right now, she was just in peace!

To her greatest surprise, the children had yet to ask for their father. Actually, they were not asking any questions at all. Somehow, in the innocent wisdom young children have, they could sense that, neither them nor their beloved mother were in danger any longer and that answers could wait. Somehow they could sense that they were finally free!…

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Save Lives!!! Report ‘Domestic Violence’ to the local authorities!!!





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Cecilia B. Silveira-Marroquin era escritora antes mesmo de ser alfabetizada. Com apenas 2 anos de idade, ela brincava com bonecas de papel e criava estórias. Nascida e criada no Rio de Janeiro, Brasil, residiu a maior parte de sua vida na Califórnia, EUA, para onde se foi com 22 anos de idade e onde se casou (mais de uma vez), teve três filhos e estudou Direito e Criminologia , trabalhando sempre nesta área profissional. De volta ao Brasil, além de lecionar inglês e espanhol, ela faz trabalhos de tradução e ultimamente resolveu se dedicar de corpo e alma a sua velha paixão: Escrever! Links: Facebook e Youtube

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