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Paul McCartney: “no fim, o amor que você doa é o mesmo que você recebe.” [Rogério Salgado]

Foto: João Godinho-O Tempo
Paul McCartney: “no fim, o amor que você doa é o mesmo que você recebe.” 

Por Rogério Salgado 

A minha admiração às jovens que lideraram a campanha “Paul vem dizer Uai”.

Como teria sido significativo e salutar ao meio literário: Paul vem ensinar a certos profissionais das letras como ser carismático, simpático e sem estrelismos inconvenientes. Tenho observado alguns escritores e poetas tão confusos em suas personalidades. Muitos participam de bienais do livro, por exemplo, e não são capazes de doar um sorriso. Estão sempre sisudos, apressados, carrancudos, alguns um tanto vaidosos...

Sir James Paul McCartney finalmente veio a Minas Gerais e falou uai. E veio nos mostrar antes de tudo, o exemplo de ser humano. Acenou para os fãs na entrada do Hotel Ouro Minas, onde ficou hospedado para a realização de seu maravilhoso show, dia 04 de maio último no Mineirão e entre outras levezas e sutilezas andou de bicicleta pela orla da Pampulha.

Estive ao lado de Fãs de diferentes gerações, das 8 horas da manhã as 17h50 quando os portões se abriram para que pudéssemos entrar. Fiquei, aproximadamente, a 3 metros do palco e me emocionei do início ao final do show, guardarei esse momento no coração.

Paul entrou em cena com sua banda as 21h20 e todos foram ao delírio. Confesso que estava sendo pressionado pelos lados e em pé, mas valeu a pena estar ali. A abertura do show se deu com “Eigh days a week” da dupla Lennon\McCartney e antes de “All my loving” Paul falou “Oi BH, boa noite povo bão. Finalmente Paul vai falar uai!”.  Tocou “Something” homenageando George Harrisson. “Live and let die” foi regada a fogos de artifício, tão vibrante como rever cenas do filme “007 Viva e Deixe morrer”.

Em seu genial despojamento, Paul convidou as garotas do Movimento “Paul, vem falar uai”, para subirem ao palco e até autografou no corpo de uma delas.

Na música “Band in the run” houve falha no som, mas Sir Paul McCartney, com seu profissionalismo, manteve o ritmo e junto com a banda continuou numa boa, até que tudo se regularizasse.

Um detalhe que me chamou a atenção: Paul e John haviam feito um pacto em 1958, no qual foi firmado que todas as músicas que fizessem individualmente seriam assinadas pela dupla. Levaram esse acordo de amigos até o fim da banda The Beatles. Porém, John nunca curtiu cantar músicas compostas por Paul; Paul por sua vez, sempre interpretou na carreira solo, canções dos Beatles assinadas pela dupla, mas compostas por ele. Dessa vez Paul cantou magistralmente “Being for the benedit of Mr. Kite”, de Lennon, do disco Sargent Peppers, incluída no show.

Depois de “Lovely Rita”, a banda e Paul saíram do palco e voltaram carregando uma bandeira da Inglaterra e outra do Brasil e tocaram “Get Back”, “Yesterday” “Helter Skelter”, encerrando o espetáculo com “Golden Slumbers” e “The end”, canção esta que diz simplesmente que “no fim, o amor que você doa é o mesmo que você recebe.” Deixo por fim, essa frase, quase um poema, para a reflexão de muitos escritores contemporâneos brasileiros.

Agora, se valeu a pena todo o esforço para ver um ser humano como esse, essa incrível lenda do rock, em toda a sua dignidade a cantar para nós, mineiros? Lógico que valeu e como valeu!

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