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O beijo de língua do til, na portuguesa [Manoel Amaral]


O beijo de língua do til, na portuguesa
ou o beijo do til e a língua portuguesa

Sátira e a Paródia, sarcásticas, saíram juntas com o Humor Negro, que agora havia mudado de nome para Humor Afrodescendente, por questões raciais; estavam em festa de estranhos.
C saiu abraçado com a , (cedilha), fazendo a maior festa.
Q estava encostado no muro parecendo um gato perdido na noite, a procura de sua gata.
Os estrangeiros KW e Y estavam querendo entrar de penetra na festa. Alguém até gritou:
_ Pegue este aí do meio, que parece uma âncora de navio inglês e fica querendo botar banca por aqui, ora!
Y pegou o  (travessão) e partiu para cima do _ (underline). Se não fosse a intervenção do K a coisa tinha ficado feia.
? (interrogação), com aquela mão de Capitão Gancho, saiu interrogando todo mundo, queria saber onde estava a ! (exclamação), que não parava de dar saltos e ficar com a cabeça para baixo.
@ (arroba) juntou-se com $ (cifrão) e foram tomar uma cerveja no bar do % (por cento).
Nesse meio tempo chegou o ¨ (trema) e reclamou para os : (dois pontos) que ninguém queria sair com ele, estava abandonado.
+ (mais) pensando melhor resolveu se juntar ao = para promover a união entre as pessoas.
Quando * (asterístico) apareceu, o & (tironiano) ficou impressionado com tanta beleza.
Os ( ) (parênteses) que não tinham mais parentes por ali, aproveitaram para fazer a maior farra.
As { } (chaves) e os [ ] (colchetes) largaram a matemática num canto e foram namorar num lugar mais escuro.
§ (parágrafo) e Item perguntaram para a / (barra) como estava a barra, esta respondeu que ia tudo bem.
... (reticência), toda inocente, ficava no escurinho cochichando com o etc.

~ (til) falou para o “a” e o “o” que poderiam perder a esperança que ele não iria mais ficar em cima deles. Sabendo desta decisão, o ^ (circunflexo) também disse ao “e” e ao “o” que não iria posar de chapéu só para embelezá-los.
. (ponto) falou para “,” (vírgula), sair de baixo, não formariam mais o ; (ponto e vírgula).
Ele o # (sustenido, mais conhecido por cardinal ou popularmente por joguinho da velha) não era um bom músico, por isso o ´ (agudo) e o  (grave) disseram que não poderiam sair juntos, foi apenas uma desculpa, eles havia arranjado duas garotas, as “” (aspas).
As bebidas foram diminuindo, os ânimos crescendo e novamente o K, o W e o Y apareceram para arranjar confusão. Queriam entrar de qualquer jeito.
Quando tudo parecia perdido chegou um baixinho, preto e redondinho e resolveu a situação. Apagou as luzes e mandou todo mundo ir embora. Era o valente ponto final.

Foi aí que Osvandir percebeu que havia cochilado em cima do teclado do computador.


Manoel Amaral- gosto de música, adoro passear pelos campos, namorar, conversar, dançar, beber um bom vinho. Escrever ou ler um bom livro e revistas interessantes. Fazer turismo, visitar praias, museus, cidades históricas. Batalhar dia-a-dia por um mundo melhor. Se quiser visitar o meu blog: http://osvandir.blogspot.com.br

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