ONDE TERMINAM OS ARCO-ÍRIS, DE CECELIA AHERN [Angélica Pina]
O formato do livro pode causar certo estranhamento em alguns leitores no início: ele não tem uma narrativa linear, com diálogos marcados por parágrafos e travessões. Toda história é contada através de bilhetes, cartas, e-mails e mensagens trocadas entre os personagens, incluindo até seus erros de ortografia e gramática. É realmente incrível a capacidade da autora de construir a narrativa dessa forma e transportar o leitor pra dentro da intimidade de Rosie, Alex e seus parentes e amigos.
Os protagonistas são amigos desde a infância, estudaram juntos no colégio e eram inseparáveis. Até que a família de Alex tem que mudar para outro país. Eles mantêm a amizade mesmo à distância e não deixam nunca de compartilhar com o outro tudo que acontece em suas vidas. Os amigos têm realmente muita intimidade e conhecem um ao outro melhor que ninguém. Porém, o destino se encarrega de pregar muitas e muitas peças nesses dois, que vêm cada dia mais distante a oportunidade de estarem juntos novamente. Aliás, ambos começam a perceber que o desejo de estar com o outro vai muito além de serem amigos, mas isso nunca consegue ser demonstrado, algumas vezes pelo fato de Alex ser muito contido e outras porque Rosie sempre prioriza a felicidade dos outros ao invés da sua própria.
A narrativa possui passagens totalmente engraçadas e outras tão frustrantes que chega a dar vontade de arremessar o livro longe... A sensação de “tempo perdido” é inevitável, pois o que todos imaginam que vai acontecer demora muito, mas muito tempo mesmo!
Os personagens secundários também são muito bons e totalmente importantes na trajetória de Alex e Rosie.
O mais impressionante do livro é o quão crível a história é e, imagino eu, cada leitor consegue se identificar com situações que fazem refletir acerca das escolhas feitas no decorrer da vida.
Nenhum comentário
Postar um comentário