Conversando sobre Arte entrevistado Alessandro Aued.
Quem é Alessandro Aued?
Neto de libaneses e paraibanos, nascido em 1988 na
cidade de Alta Floresta e criado em Juara, ambas no Estado do Mato Grosso.
Atualmente vive e trabalha em Belo Horizonte-MG.
Como a arte entrou em sua vida?
Conhecer “arte” (exposições, shows, espetáculos de
teatro e dança,etc) e suas formas de manifestações é algo relativamente novo em
minha trajetória.
Minha cidade, Juara, fica a 700km de Cuiabá, capital do
Estado do Mato Grosso, e como é de se esperar não havia referências de arte
plásticas na cidade. Para se ter se uma ideia, internet banda larga chegou há
aproximadamente 2 ou 3 anos por lá.
O tempo é outro, a vida é outra e os anseios são
outros.
O que não me faltava era tempo para jogar vídeo games
em fliperamas, ler desenhos em quadrinhos e assistir filmes, muitos filmes.
Sempre fui fascinado pelo cinema e por conta disso tive
por muito tempo da minha vida a atividade de ator como a referência para a
elaboração e criação artística.
Ser ator era o que eu tinha a disposição naquele lugar
chamado Mato Grosso. Era o que eu conseguia imaginar como possível dentro da
realidade imposta pela minha vida.
Trabalhar com artes visuais e ser artista? Nunca
pensei. Até porque não conhecia ninguém vivo que era artista.
Conheci nas minhas aulas precárias de arte na 7ª série
o trabalho de dois artistas que me chamaram muito a atenção, Picasso e Salvador
Dalí. Fiquei maravilhado com as formas, cores e possibilidades, mas pensar
aquilo como profissão seria o mesmo que um matogrossense pensar em se tornar
astronauta da Nasa. Era impossível.
Depois que me mudei para Belo Horizonte em 2006 meu
contato com a arte começou a existir.
Qual foi sua formação artística?
Minha formação, até o presente momento, se deu através
da busca e da pesquisa própria, sou autodidata.
Hoje posso dizer que minha capacidade técnica me agrada
e que a partir de agora sou capaz de problematizar e criar questões em arte.
Por isso esse ano além de participar como ouvinte das
aulas de Estética, na Faculdade de Filosofia da UFMG, ministradas pelo
professor Dr. Rodrigo Duarte, decidi ingressar no curso de Artes Visuais da
UEMG-Guignard.
Que artistas influenciam seu pensamento?
Citei alguns com os quais tive o primeiro contato,
Picasso e Dalí. Outros que conheci posteriormente como Klimt, Egon Schiele,
Caravagio, esses influenciaram meu pensamento técnico na pintura a óleo.
Agora falando sobre artista que influenciaram e
influenciam meu pensamento artístico e estético cito quatro nomes importantes:
Andy Warhol e suas Brillos Boxes,Takashi Murakami com seu mundo chapado,
Yoshitomo Nara e a delicadeza de seus
personagens e a estranheza temática de David Lynch.
Fale sobre os meios utilizados em seus trabalhos e os
assuntos discutidos.
Minha técnica preferida é a pintura a óleo, mas não me
restrinjo. Quando penso em um trabalho tento entender qual será a melhor forma
de executá-lo. Sou fã de retratos e apaixonado por trabalhos figurativos.
Além dos estudos sobre arte, o que interfere em seu
trabalho?
As pessoas, seus gestos e suas interações. Música
também é algo muito presente em meu processo artístico.
No momento, você inaugurou uma exposição individual, o
que você fala sobre ela?
A exposição é composta por 14 trabalhos. Todos eles são
retratos e todos os retratos possuem um contraponto. Assim o trabalho pode ser
confrontado pelo espectador, por uma palavra ou até mesmo por outro trabalho.
Em meu processo crio algumas “verdades” imagéticas, e ao mesmo tempo me
desminto.
O que é necessário para um jovem artista ser
representado por uma galeria?
Acho que possuir um trabalho conciso e relevante em
nosso cenário artístico.
O que você pensa sobre os salões de arte, alguma
sugestões para aprimorá-los?
Um dos vários motivos para eu ter decidido entrar na
UEMG – Guignard é para aprimorar meu currículo com o objetivo de participar de
salões de arte.
Entendo os salões como importantes ferramentas para
divulgar pensamentos e trabalhos.
É possível viver de arte no Brasil?
Viver de arte no Brasil é possível, já que para viver
nós, seres humanos, precisamos de muito pouco. Agora ser bem sucedido como artista
isso já é outra história.
Quais são seus planos para o futuro?
Continuar trabalhando com arte e desenvolver minha
argumentação artística.
Marcio Fonseca,
1943. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Responsável pelos blogs
art&arte marciofo,ocacadordeobjetos.blogspot.com e imagemsemanal
juntamente com Brenda. Professor Adjunto Fac Med UFRJ e médico inativo;
Estudou pintura e história da Arte com Katie van Sherpenberg e Arte
contemporânea com Nelson Leirner http://arteseanp.blogspot.com.br/
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