Chuva II
Havia naquela tarde
desejos de bem-querer e de chuvas. As narinas ansiavam pelo cheiro de terra
molhada. Os pés pareciam sedentos de poças d’água cristalinas, de gotas
celestiais.
Gostava de caminhar na
chuva, sentir as gotas escorrendo pelo rosto e lavando a vida. Via nas gotas
pequenos pedaços de espelhos que refletiam tantas possibilidades quanto podia
imaginar.
Pensava que cada gota era,
em sua pequenez, uma infinidade de histórias, vidas que se jogavam, que
paravam, que seguiam seu curso, que voltavam ao ponto de partida de onde
vieram.
Encontrava na chuva a
metáfora perfeita para todas as pessoas. Encontrava na chuva um abrigo que lhe
cabia muito bem. Trazia-lhe paz o tilintar das gotas. Embalava-lhe os sonhos
aquele ritmo da chuva.
Gostava da chuva e, para
além de crer que ela lavaria e levaria para longe as dores e as aflições, ainda
gostava da certeza de que ela, a chuva, assim como amolece a terra e sacia as
sementes que a esperam para brotar, amoleceria os corações duros e faria o amor
nascer.
Embalava em seus dias mais
secos o desejo pela chuva, que era um desejo de bem-querer, de dias melhores,
de alívios, de renovo e de esperanças. Embalava sonhos de brincadeira de
criança em ombros adultos que suportavam bem mais do que gostariam. Enchiam d’água
os olhos cansados, vertendo a água que desejavam ver cair do céu. E sabia que
viriam gotas de felicidade.
Dy Eiterer.
Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Edylane é Edylane desde 20 de
novembro de 1984. Não ia ter esse nome, mas sua mãe, na última hora,
escreveu desse jeito, com "y", e disse que assim seria. Foi feito. Essa
mocinha que ama História, música e poesia hoje tem um príncipe só seu,
seu filho Heitor. Ela canta o dia todo, gosta de dançar - dança do
ventre - e escreve pra aliviar a alma. Ama a vida e não gosta de nada
morno, porque a vida deve ser intensa. Site:Dy Vagando
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