"NOITE ADENTRO"... A VASTEZA E O LABIRINTO DA POESIA QUE VEM DO MAR
noite adentroquando chego do mar,vou por entre as árvores da Visconde de Inhaúma,marujos pelos bares tomam umae a vida fluxível muito mais se desapruma;muito brancas passam garçase só uma se inclina para mim;vem do abismo, oceânico lirismo,para a margem do poema,trazer peixes para alimentar os versos.quando piso terra firme,com as sílabas do mar,vou com a verdadíssima verdade,vou com a verdíssima idade,vou com os 15 anos que me restam,vou entre o desejo e o sofrimento,a proa penetrando as ondas moças,em espumas se esvaindo suas forças,as palavras rechaçadas por chapiscos do seu muro.quando chego do abismo me deparo com outro abismo,grande é a ferida:vou por entre as árvores da Visconde de Inhaúma,rociadas de esperança,que aguardam novas flores,onde as aves fazem ninhos,que escondem um pouco a rua,que ocultam um pouco a luae os lazarones da estreita Teófilo Otoni,vigiados por drones, limitados por cones,ouvindo Benny Mardones, Into the Night,e a guarda municipal, que no carnaval, orienta,não assomem à Presidente Vargas,ninguém deve saber que existem,só no pleito eleitoral.
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