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Harold Bloom, o menino que já sabia ler aos 4 anos, o homem que afirmava que o artista gerava uma ansiedade de superar o mestre ou de desacreditá-lo, o quase nonagenário que morreu afirmando que "Shakespeare era Deus".
Harold Bloom foi aquela criança nascida em uma família nova-iorquina que sabia hebraico aos cinco anos e inglês quase perfeito aos seis. Aquele crítico que, em sua maturidade em Yale, foi capaz de criar um cânone, o seu próprio cânone, onde homens brancos e heterossexuais formam o Olimpo de autores obrigatórios: Dante, Chaucer, Kafka, Montaigne, Cervantes, Molière, Milton, Samuel Johnson, Goethe, Wordsworth, Jane Austen, Walt Whitman, Emily Dickinson, Dickens, George Eliot, Tolstói, Ibsen, Freud, Proust, Joyce, Virginia Woolf, Kafka, Borges, Neruda, Pessoa, Beckett, etc.
Constantemente acusado pelas novas escolas de crítica literária, contra as quais se permitia o luxo de se sentir um outsider , tanto diante do marxismo (que ele chamava de "escola do ressentimento"), quanto diante da chamada "morte do autor", tão em voga nas décadas de 70 e 80 do século passado, e contra a ideia de influência lacaniana segundo a qual "a linguagem pensa por nós".
Aquele homem que era considerado "monstruoso" ao vê-lo ler (segundo Richard Bernstein), pois diziam que ele conseguia ler 400 páginas em uma hora. O mesmo tolo que viu em Shakespeare a invenção da humanidade e que nunca soube da existência de um Cortázar ou de um Alfonso Reyes.
Aquele iídiche de nascimento e universal no meio anglo-centrado, que, embora criado no Bronx, tinha sotaque inglês e um filho deficiente para quem compunha coletâneas absurdas e repletas de força intelectual. O verdadeiro Departamento de Inglês de Yale, aquele que conseguia transformar um desconhecido em uma perspectiva ilustre e reduzir o famoso a mera imitação, porque, enquanto não o elogiasse, o personagem era mera ilusão.
Esse crítico, o mais famoso do mundo, aquele que mais influenciou e envergonhou seus contemporâneos, foi questionado por Charlie Rose, que lhe perguntou em uma entrevista quais versos seriam seus últimos suspiros. Bloom respondeu com um poema simples, porém maravilhoso, de A.E. Housman (1859-1936):
NO MEU CORAÇÃO UM AR QUE MATA
Em meu coração sopra um ar que mata
Daquele país distante;
O que são aquelas colinas azuis lembradas,
Que torres, que fazendas são aquelas?
Essa é a terra do conteúdo perdido,
Eu a vejo brilhando claramente,
As estradas felizes por onde fui
E não posso voltar.
[No meu coração, sopra um ar mortal
dos campos distantes:
o que são essas colinas azuis da memória,
que picos, que fazendas são essas?
Essa é a terra dos perdidos,
de longe eu vejo brilhar,
os caminhos felizes por onde andei,
e agora não posso mais retornar.]
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REVISTA BIOGRAFIA
QUE POEMA ESTARÁ EM SEU CORAÇÃO QUANDO VOCÊ DER SEU ÚLTIMO SUSPIRO?: HAROLD BLOOM
Reviewed by Daufen Bach
on
setembro 09, 2025
Rating: 5
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