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O Brasil é meu país (e minha trilha sonora) [Marina Melz]

O Brasil é meu país (e minha trilha sonora)

por Marina Melz 

O processo democrático é uma peleja: tem que ganhe, tem quem perca. No futebol, quem não tem o resultado que espera culpa o juiz – e há, meus caros, mais palavrões do que sonha a nossa vã filosofia nestas palavras de tristeza e revolta do torcedor. E eu gostaria muito que, nas eleições, se culpasse o marqueteiro que não teve a boa sacada que recebeu (muito bem, obrigada) para ter, a conjuntura política, quem não sabe jogar com dignidade. Mas não o vizinho ao lado, que tem uma visão diferente da sua.

Meu país não é o Sul, ou o Nordeste. Meu país é o Brasil. Meu país é o frevo com a milonga, é a neve da serra e os lençóis maranhenses, é efervescência de Curitiba e a calmaria do sertão, cachaça do botequim e o vinho de altitude. O Brasil, esse meu país, tem na bandeira três cores, não uma só. É o país da diversidade e só por isso tão admirado, o meu Brasil.

Se o país está dividido nas urnas – e é essa a beleza do processo democrático, não? – que aproveitemos esse momento para conhecer quem é o Brasil. Não com termos pejorativos, não com o time azul sentado no ar condicionado julgando quem está no sertão ou com o time vermelho achando que todo mundo que tem uma gravata quer prejudicar os trabalhadores.

Conhecer de verdade. Deixar de ir ao exterior para conhecer as praias do Nordeste, deixar de ver o Mickey Mouse para estar perto da natureza da Serra Gaúcha, abrir mão de ver o Tâmisa para conhecer o Amazonas.

Não é um partido político que vai mudar o país. Quem vai mudar o Brasil são os brasileiros. Mas só a partir do momento que entenderem que somos uma nação forte porque somos um, ao mesmo tempo em que somos tantos. E há nisso, mais filosofia e beleza do que um número na urna eletrônica.

— E como vocês sabem bem, acredito que quase tudo na vida pode ser explicado pela música. Então, hoje decidi mostrar um pouco da beleza das canções de várias regiões brasileiras. Porque o meu país é aquele da gaita, da zabumba, do pandeiro.

O baião de Luiz Gonzaga encontra a gaita de Renato Borghetti



O metal do Angra encontra Milton Nascimento



O gaita do paranaense criado em Mato Grosso do Sul, Michel Teló com os tambores do Olodum


O samba do Monobloco com a voz da paraense Gaby Amarantos




Marina Melz 
É jornalista e trabalha com assessoria de imprensa. É meio Bridget Jones e meio Woody Allen. Não tem preconceitos com músicas, filmes e qualquer coisa que seja. Acha que toda história (boa ou não) merece ser contada.

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